Estamos vivendo a maior alta nos preços de seguro do mercado brasileiro dos últimos 20 anos.
Fatores imprevisíveis geraram distorções no mercado e fizeram os valores se readequarem para enquadrar a nova realidade.
Veículos que antes eram reparados em uma semana, atualmente levam 30 dias ou até mais, dada a escassez de peças no mercado. Com isso, o valor empenhado pelas seguradoras em carros reservas disparou.
Veículos usados, que em 2019 valiam R$ 75 mil, valem hoje até R$ 95 mil, mesmo mais velhos, mais rodados e com peças mais caras.
O enorme aumento dos preços dos combustíveis também fez subir os custos dos prestadores, como Guinchos e Socorros , que por vezes rodam muitos quilômetros para atender a região em que atuam.
Todo esse complexo cenário fez com que os preços do seguro, conforme dados do IPSA (Índice do Preço de Seguro Automóvel), tenham um acumulado de 33% nos últimos 12 meses e 14% apenas nos últimos 6 meses.
Por conta dessa subida de preços, corretores que operavam com 20% na média de comissão precisaram reduzi-la em até 50%, para não perderem renovações ou mesmo a condição de ofertar seguros para novos clientes.
O nosso momento atual ainda é incerto. Por um lado, temos o restabelecimento das cadeias de suprimento, com chips, peças e demais componentes voltando a serem produzidos e entregues. Isso irá contribuir para retornarmos aos tempos de reparo, oferta de veículos novos e possível readequação do valor dos usados.
Por outro lado, temos um cenário de provável recessão nos mercados americano e europeu, e ainda o nosso já tradicional conturbado ano de eleições, que contribui com a elevação da taxa de juros, indo na contramão da normalização dos padrões de consumo e cadeias secundárias.
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Um ponto muito positivo em nossa indústria é que todo esse cenário fez com que nós jogássemos mais juntos. Seguradoras, tidas como tradicionais, criaram novos produtos e composições mais adequadas às necessidades dos Corretores e Segurados, priorizando canais de distribuição, como o TELEPORT, para rapidamente colocar as novidades na rua.
Seguradoras do Sandbox, e as que saíram dele, estão tomando a mesma direção e trazem formas inéditas para o mercado, com produtos ainda mais acessíveis para o portfólio das Corretoras.
Criamos o IPSA e, de forma gratuita, passamos a oferecer para Corretores e Seguradoras ainda mais dados para conhecer e enfrentar o cenário adverso que estava se construindo.
Corretores tiraram lições desses tempos para encontrar novas formas de captação, capacitar seus times e se tornar ainda mais eficientes, conhecendo profundamente o momento, com dados e produtos, para serem consultivos aos seus Clientes.
O papel da imprensa também é fundamental para os nossos tempos. Os veículos, tanto os de massa quanto os que cobrem o nosso setor, foram e continuam sendo fundamentais para disseminar informação e manter o nosso mercado atualizado, bem como facilitar a vida do Corretor, que obtém dados assertivos para trabalhar com precisão e compreensão do cenário, gerando a melhor oferta para cada cliente.
O trajeto à frente ainda é bastante indefinido, mas o que construímos até aqui nos permitirá enfrentar o cenário que se desenha.
Sempre tive uma profunda crença de que nosso mercado precisava de mais troca de informações, dados e dores, para que, juntos, possamos acelerar nossa evolução e sempre pensar nos melhores produtos para todos.
Esses são os nossos tempos!
Leia, por fim, a 26ª edição da revista: