Necessidade do isolamento social impulsionou as vendas no e-commerce nos últimos dois anos
Desde 1987, o seguro de transporte de cargas é obrigatório no Brasil. O serviço é necessário para quem utiliza o transporte aquaviário, aéreo e por meio terrestre, em trajetos nacionais ou internacionais. Nas regiões Norte e Nordeste, a alta chegou a 15,2%. Além de oferecer a cobertura de responsabilidade civil dos transportes em casos de roubo e acidentes, é possível contratar algumas coberturas adicionais.
Segundo informações divulgadas pela EZZE Seguros, o seguro de transporte de cargas obteve um crescimento de 23,5%, tornando-se um dos ramos com maior potencial de penetração no país. O e-commerce foi um dos responsáveis por impulsionar esse aumento, já que as pessoas enxergaram uma praticidade cada vez maior nas compras online.
O Seguro de Transporte de Cargas tem o objetivo de garantir que a mercadoria embarcada, ao sofrer um sinistro durante sua viagem, seja reposta de forma rápida. E através da indenização, que o cliente tenha seu ressarcimento financeiro e possa contratar competente reposição do bem. Isso traz segurança financeira tanto para o transportador geral, como para o embarcador, vendedor, comprador e consumidor final do produto embarcado.
O especialista técnico da Wiz Corporate, Marcio Botelho, explica que o seguro de transporte de cargas é necessário para ressarcir o cliente contra imprevistos .“O Brasil é continental e, embora o esforço nos últimos anos em incrementos em infraestrutura Portuária (BR do Mar, por exemplo), o aumento de linhas férreas e abertura de novas estradas rodoviárias, temos ainda índices altos de sinistro por conta de acidentes e roubos”
Segundo Botelho, os riscos envolvendo a carga tornam o seguro ainda mais necessário para que o produto chegue ao consumidor final. ” E, caso tenha algum impedimento para chegar, que haja um mecanismo que garanta o rápido ressarcimento financeiro que possibilite a reposição do bem sinistrado”, esclarece.

Efeitos do e-commerce no Seguro de Transporte
Até o fim dos anos 90, o consumidor brasileiro das grandes metrópoles era um apreciador nato dos grandes centros de comércio como Shopping Centers, Outlets e grandes Magazines. Afinal de contas, sempre apreciamos o poder de ver, de tocar, de testar e de provar o produto que procuramos. E o e-commerce no Brasil aparecia como uma alternativa para busca de eletrônicos e de tecnologia, que muitas vezes não se encontrava nesses centros de comércio. A B2W, que é a fusão de empresas como Americanas, Submarino e Shoptime, iniciou os passos na oferta de produtos eletrônicos e tecnologia, aumentando sua absorção de mercado até 2019, pouco antes da pandemia.
Com o avanço da pandemia em 2020 e o fechamento de escritórios, levando a um verdadeiro êxodo da força de trabalho dos espaços físicos nesses locais, nas fábricas e nos comércios em geral, viu-se no e-commerce a solução para este problema. Por ele, seria possível retornar o consumo de bens, entre estes, destacando os eletrônicos, de informática e entretenimento.
Com a retomada das atividades em 2021, consolidou-se o gosto pelo uso do e-commerce, aumentando a oferta de outros itens como móveis, eletrodomésticos, roupas, medicamentos, etc. A Diretora de Subscrição, Transportes, Marketing e Branding da Albatroz MGA, Vanessa Mendonça, destaca que o transporte de mercadorias apresentou um crescimento expressivo provocado pelo distanciamento social
“O impedimento das pessoas buscarem por seus produtos em lojas, shoppings e mercados, as fizeram recorrer ao e-commerce. Esta adaptação foi necessária tanto para os consumidores finais, como também para os lojistas”, analisa a executiva.

Permanência do crescimento
Vanessa lembra que a contratação de seguros transportes é obrigatória tanto para o embarcador, quanto para o transportador. Portanto, para executar a atividade de transporte de mercadorias, a empresa deve possuir uma apólice de seguro que apresente ao menos a cobertura básica, como colisão/abalroamento, capotamento, tombamento e incêndio.
A executiva projeta a continuidade do crescimento do seguro para 2023. “Podemos esperar o crescimento constante, pois o e-commerce já se consolidou nesta operação. Os consumidores finais conseguem maior flexibilidade e alcance na obtenção de melhores preços e na comodidade sem saírem de suas casas”.
Por: Karem Soares
Leia, por fim, a 28ª edição da revista: