A Agência Nacional de Saúde Suplementar divulgou, no último dia 5, o número de beneficiário de planos de saúde de 2019. Os dados demonstram que o movimento de evasão da saúde suplementar ainda continua. O balanço constatou uma queda de 60 mil beneficiários. Em sua maioria pessoas que tinham planos individuais ou familiares. Esta é a quinta perda seguida anual, acumulando 2,2 milhões de brasileiros que deixaram de usufruir de assistência médica privada.
Na contramão está o mercado de odontologia. Isso porque ele ganhou 5,1 milhões de beneficiários nestes mesmos 5 anos, e a “artilharia” das maiores está voltada para a cobertura odontológica, que tem seu sinistro (custo assistencial) ainda baixo, em média de 46%, contra 84% da assistência médica, deixando um resultado maior para as operadoras que atuam na odontologia.
Analisando as 5 maiores operadoras em número de beneficiários no Brasil:
A Hapvida, que hoje é a 1ª operadora em número de beneficiários no Brasil, somada às operadoras adquiridas, que em Dezembro de 2019 totalizaram 3,5 milhões de beneficiários. Seu crescimento orgânico (Hapvida + São Francisco Saúde SP) em 2019 foi de 237 mil clientes, e nos últimos 5 anos (somente Hapvida) foi de 510 mil beneficiários.
A Amil em 2019 que era a primeira colocada, perdeu quase 500 mil beneficiários, e nos 5 anos, perdeu 850 mil beneficiários em sua carteira de saúde, deixando-a no ranking como 3ª.
Já a Bradesco, que hoje figura no ranking como a 2ª, em 2019 cresceu 93 mil vidas, mas ainda acumula uma perda de quase 600 mil vidas nos últimos 5 anos.
A NotreDame/Intermédica foi a que mais cresceu no último ano, com avanço de 318 mil novos clientes, e nos 5 anos também foi a que mais cresceu, somando à sua carteira de clientes mais 743 mil vidas. Se acrescentarmos o recente anúncio da aquisição da Clinipam, em Curitiba, sua carteira total chega à 2,7 milhões de beneficiários.
A SulAmérica, que fecha a lista da 5 maiores operadoras do Brasil, em 2019 ganhou 52 mil novos clientes, e nos últimos 5 anos 77 mil clientes.
Fato curioso, que reforça o movimento de verticalização das operadoras de saúde no Brasil, 5 anos atrás não havia nenhuma operadora com rede própria entre as 5 maiores, e agora em Dezembro de 2019, já temos 2 delas, sendo a 1ª, a Hapvida.
Em breve o Observatório Saúde fará a mesma análise por região para compreender o movimento das carteiras das operadoras locais.
Por: Prof. Christiano Quinan