Adriana Fraga, profissional com 30 anos de experiência no mercado de seguros, participa do livro ‘Mulher Extraordinária Saia do Casulo e Vem Voar’
A corretora de seguros baiana Adriana Fraga, fundadora da Fraga Fortuna, está cada vez mais engajada em projetos sociais de impacto positivo. As iniciativas têm o foco no desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres empreendedoras das favelas de Salvador. A empresária é uma das coautoras do livro ‘Mulher Extraordinária Saia do Casulo e Vem Voar’’, uma obra que expõe a história de 14 mulheres empreendedoras.
Com 30 anos de experiência no mercado e 23 deles dedicados à corretora Fraga Fortuna, Adriana preferiu elucidar na obra a sua ação social ‘Ela por Elas’, desenvolvida para apoiar, de forma itinerante, vários projetos cujos objetivos se conectam com o do propósito do seu projeto que é inspirar, acolher, engajar, emancipar, instruir e capacitar mulheres empreendedoras nas favelas. “Decidi participar do livro, pois vi nele a finalidade de associá-lo ao meu projeto, refletir sobre a desconstrução do ego e enxergar a vida de outra forma”, explica.
Segundo Adriana, a obra é um instrumento de transformação de vidas que estimula a leitura não só para mulheres da favela, mas também de outros lugares do mundo. “Todo corretor de seguros é um empreendedor e esse livro tem um coletivo de 14 mulheres empreendedoras que compartilham suas experiências”, conta. Quando recebeu o convite para participar da obra, a corretora achou a proposta válida, mas também inusitada. “Atendi o propósito de quem me convidou, mas precisava vinculá-lo à minha história de alguma forma. Então, por ser uma mulher de propósitos, o conectei ao ELA POR ELAS, porque só assim a obra faria sentido para mim”, pensou.
Em 2009, a corretora viveu um momento pessoal delicado. “Passei por uma enfermidade e fiquei impossibilitada de me mexer, de me comunicar e meu rosto virou uma caricatura, fiquei trancada em mim”, lembra. Por meio do livro, Adriana conta que revisitou essa fase e conseguiu mensurar o quanto amadureceu.

Mudando vidas
Após o período mais difícil da sua vida, Adriana, que nasceu em comunidade, resolveu se dedicar ao social de forma mais presente, compartilhando seus saberes, conhecimentos, experiências e conexões com outras mulheres empreendedoras. Isso porque muitas mulheres estão vulneráveis a uma conjuntura social construída para diminuir sua autoestima tanto no âmbito profissional quanto no pessoal.
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Isso afeta, sobretudo, as mulheres de baixo poder aquisitivo diante da desigualdade social no Brasil. Por isso, a corretora desenvolveu o projeto de impacto social positivo ‘Ela por Elas – Educação Empreendedora e Financeira’, que apoia o Mães Empreendedoras da Favela, um projeto da CUFA – Central Única das Favelas por meio da CUFA BAHIA e a AMAE – Associação de Microcefalia e Acolhimento com Empatia.
Em 13 anos de atividade, o projeto atingiu cerca de 10 mil mulheres e escalou ao ponto de chamar a atenção da Caixa Econômica Federal, que, em conjunto com a CUFA Bahia, convidou Adriana para aplicar as metodologias do “Ela por Elas” ao seu programa Caixa Mulheres de Favela. O movimento foi responsável em executar uma trilha de empreendedorismo feminino, responsável em levar conhecimentos sobre autodesenvolvimento, marketing digital, carreira, comunicação e vendas.

“É uma trilha de empreendedorismo e leva educação de valor a mulheres da favela. Elas tiveram acesso a vários cursos e oficinas, mas muitas não avançam no seu talento devido à precariedade, como a falta de dinheiro, desconhecimento de instruções técnicas e a baixa autoestima, desenvolvida pelos traumas ao longo da vida, e tudo o que lhe tiraram o direito de ter ou usufruir por direito, considerando que a maioria da população é constituída por pessoas pretas que já nascem por gerações com os seus direitos tolhidos”, analisa Adriana.
Por isso, no modo presencial o programa auxiliou as alunas também com o transporte até o espaço destinado às reuniões. A iniciativa esteve em três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. “Vai seguir pelo Brasil com a expectativa de alcançar 50 mil pessoas na versão online”, estimou Adriana.
A ação da Caixa Econômica Federal tem como objetivo promover o desenvolvimento socioeconômico nas favelas, bem como promover a emancipação das mulheres por meio de uma série de iniciativas:
- Empreendedorismo feminino;
- Educação financeira e empreendedora;
- Inovação em produtos bancários;
- Habitação e fomento social;
- Integração de projetos de impacto social positivo e políticas públicas.
A experiente corretora de seguros passou por um grande desafio na sua vida. A partir dele, extraiu lições de vida que carrega consigo até hoje e deseja levar esses conhecimentos para cada vez mais mulheres, sobretudo as que moram nas favelas, lugares onde o talento por muitas vezes está escondido e é recheado de mulheres empreendedoras potentes.

Leia, por fim, a 34ª edição da revista: