Seguro de proteção ao crédito é ferramenta para ajudar a aquecer mercado de fintechs

Seguro de proteção ao crédito é ferramenta para ajudar a aquecer mercado de fintechs

Por Mauro Levi D’Ancona

Não é de hoje que podemos observar o seguro como uma revolução em serviços financeiros, com todas as mudanças promovidas pela acelerada transformação digital do setor. Não à toa, avalio que as fintechs e outras empresas que provêm financiamento ou crédito vão olhar cada vez mais para um produto específico:  o seguro de proteção ao crédito, tecnicamente conhecido como “prestamista”. Em resumo, é o tipo de proteção que ampara o cliente no caso de situações inesperadas que o impeçam de cobrir o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de empréstimos e financiamentos, como perda de renda, invalidez e até mesmo para casos de morte.

Segundo o Índice Global de Inclusão Financeira, estudo feito pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Empresariais (CEBR), o Brasil está entre os 10 países mais bem avaliados tanto em número como em qualidade de suas startups que oferecem soluções financeiras. A maior concorrência do setor leva as fintechs a criarem produtos e soluções diferenciados, desenvolvidos especificamente para a jornada do seu cliente como forma de mantê-los fiéis e também protegerem a manutenção do negócio.

O ponto mais interessante, no entanto, é que embora tenhamos startups e fintechs excelentes, o seguro de proteção ao crédito não acompanhou essa demanda, pelo menos até agora. Isso é mostrado nos números da Susep, órgão que regula o setor de seguros. Os dados revelam que, até 2022, 67% do mercado estava concentrado em cinco grandes bancos, que exploram muito bem essa oferta relacionada ao crédito concedido.

E vale destacar: a demanda é alta! Ainda de acordo com a Susep, somente nos últimos cinco anos, este segmento segue crescendo de forma consistente, saindo de R$9 bilhões em prêmios no ano de 2017 para R$ 15.7 bilhões em 2021, uma média de crescimento de 13% ao ano. Para comparação, o seguro de vida, um dos que mais cresceu durante a pandemia, teve R$9.9 bilhões em prêmios emitidos em 2021.

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Nas fintechs, o movimento em direção à oferta de seguros desse ramo está um pouco mais lento. Um dos pontos que podem ser um dos ofensores deste avanço é o choque cultural de empresas que nascem digitais com as grandes seguradoras tradicionais, os obstáculos tecnológicos e o modelo de oferta.

Mas como mencionado no início deste artigo, o cenário é muito vantajoso para as startups de crédito, que começam a ter novas opções no mercado que podem viabilizar com mais celeridade produtos altamente personalizados e que atendam ao seu público.

A oportunidade é muito evidente, já que a crescente do seguro proteção financeira está conectada ao disparo da oferta de crédito e da busca dos consumidores por diferentes opções no segmento, para fins diversos de financiamento, seja de imóvel, automóvel e até mesmo para custear itens básicos.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a busca por crédito tem previsão de alta de 8% para este ano. Ou seja, as fintechs estão no momento certo para buscar uma nova alternativa de renda que, além de diversificar a carteira, é uma ferramenta também de fidelizar clientes e melhorar a experiência do consumidor que busca crédito. Isso tudo atrelado, obviamente, à tranquilidade que este tipo de seguro traz para o próprio capital da empresa, já que protege a instituição contra imprevistos que impeçam o cliente de cumprir com as obrigações do financiamento.

Num cenário de alta das taxas de juros, níveis de desemprego e inadimplência, há uma oportunidade muito sólida para que as fintechs comecem a entender que o seguro de proteção financeira é relevante, sendo uma alternativa rentável para o negócio e simples para o seu cliente.

*Mauro Levi D’Ancona é formado em Economia pela Brandeis University, com Mestrado em Administração pela Harvard University (EUA). Tem 14 anos de experiência no mercado financeiro, com passagem pelo Goldman Sachs, Societé Generale, Pátria Investimentos e Nubank, onde foi responsável pela área de Mercados de Capitais e Relacionamento com Investidores e pela área de Produtos de Investimentos para clientes do Nubank. Atualmente é CEO e co-founder da 180° Seguros, insurtech criada em 2020, com o propósito de transformar o modelo de consumir e distribuir seguros e assistências no Brasil

Leia, por fim, a 35ª edição da revista:







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