Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o CEO global de Grandes Riscos da Mapfre, Bosco Francoy, disse que o impacto do coronavírus na indústria de seguros deve ser limitado. “É muito raro no mercado contratos com previsão de cobertura para epidemias”, afirmou o executivo.
Francoy explicou que mesmo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declare a expansão do vírus como pandemia de grandes proporções, o valor de eventuais indenizações tende a ser baixo devido a pequena previsão desse tipo de proteção.”Provavelmente no ano que vem as empresas comecem a demandar coberturas para epidemias”, o que hoje é algo raro.
Na entrevista, Bosco Francoy diz que as apólices que cobrem desastres naturais (de property) não há uma cobertura específica para um evento como o coronavírus. Segundo ele, isso acontece porque epidemia é um fator imponderável que não gera um risco.
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O executivo lembra que o surgimento de uma doença pode levar a uma queda na produção, mas isso não ativa o seguro. “Não do mesmo jeito que uma catástrofe natural, que gera cobertura de perda de lucro, por exemplo. No caso do coronavírus, os efeitos da doença vão avançando gradualmente e não necessariamente vão gerar um fato concreto, direto, como um desastre”, resumiu.
Ele diz que é cedo para se avaliar os efeitos do vírus em alguns produtos de seguro e diz que, por exemplo, em produtos como risco cibernético e seguro de vida, em termos de conceito, são similares ao da pandemia. “Em vida, a gente sabe que haverá um sinistro e só não consegue medir quando vai ocorrer. São semelhantes porque não são sinistros de danos diretos”, explicou.
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