A crise mundial decorrente do novo coronavírus aumenta o desemprego e a preocupação em manter o pagamento dos estudos em dia
Um dos principais problemas da sociedade brasileira é a educação. Embora isso não seja de hoje, as dificuldades de conquistar um diploma do ensino superior continuam. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 15,3% dos brasileiros têm ensino superior completo. Os dados preocupam ainda mais quando as atenções são voltadas para adultos sem ensino médio. Atualmente, 52% das pessoas com idade entre 25 e 64 anos não finalizaram o 3º grau.
Em momentos de crises, a manutenção do estudo privado fica em xeque. Com o avanço do novo coronavírus no país, “o desemprego pode até dobrar”, disse o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar. Em janeiro deste ano, pouco antes da pandemia, o Brasil já registrava uma taxa de desempregados de 11,9%, ainda segundo o instituto.
Com o cenário desfavorável, o Seguro Educacional virou uma proteção fundamental. “Ele (seguro) é destinado para garantir o estudo do aluno em caso de morte, invalidez ou desemprego do responsável financeiro”, esclareceu Eduardo Kolmar, vice-presidente de Benefícios da THB.
Embora o seguro educacional ainda seja incomum, algumas instituições de ensino conhecidas o oferecem, como as faculdades Anhanguera e o colégio Dante Alighieri, em São Paulo.
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A instabilidade financeira não é de hoje. Por isso, Kolmar nota crescente demanda dessa carteira nos últimos anos. “Os responsáveis financeiros estão mais preocupados com a garantia da educação de seus filhos. O país passa por crise financeira e haverá muitas demissões”, analisa Kolmar. Ele esclarece, ainda, que “a cobertura perda de emprego garante a quitação de algumas mensalidades nesse período de instabilidade. O executivo recomenda que é importante sempre verificar as condições contratuais, riscos excluídos e limites de mensalidades que poderão ser quitadas.

Além das coberturas básicas, podem ser oferecidas coberturas adicionais, como despesas com a festa de formatura, com curso pré-vestibular (no caso do ensino médio), com material escolar e uniformes, e até com um professor particular caso o aluno não possa ir às aulas.
Também é possível haver coberturas como remoção médica do aluno em caso de doença ou acidente na escola, transporte de ida e volta às aulas se o estudante estiver com dificuldade de locomoção em função de um acidente, assistência funeral em caso de morte do responsável financeiro, entre outras.
O diretor de Vida, Previdência, Capitalização e Odonto da MAPFRE, André Serebrinic, explica que esse tipo de proteção deve ser contratado pelas instituições particulares e, a partir daí, ao se matricular, o cliente adere o seguro automaticamente. “Ao escolher uma escola, universidade ou instituição de ensino regular, é importante observar se ela conta com esse tipo de apólice. Desta forma, existe a garantia de sequência no curso mesmo diante de uma série de adversidades que comprometa o pagamento das mensalidades”, pontua.
Na prática
As instituições de ensino têm grande influência na disseminação desse seguro no país. Elas são a porta de entrada para que o aluno tenha acesso à proteção. Na Estácio, por exemplo, os estudantes possuem esse mecanismo. “Um dos grandes compromissos da Estácio é com a democratização do ensino e com a continuidade dos estudos do nosso aluno. Pensamos nessa solução para aqueles estudantes que, de uma hora para outra, passaram a ter dificuldades”, afirma Adriano Pistore, vice-presidente de Operações Presenciais da instituição.
Para que o benefício seja oferecido ao aluno, a Estácio informa que todas as exigências sejam atendidas. Casos de demissões por justa causa ou pedido de demissão não são considerados. A cobertura do seguro vale apenas para as dívidas adquiridas após a efetiva data do desemprego. O seguro educacional não inclui alunos da pós-graduação, mestrado e doutorado.
“Todo mundo está sujeito a perder o emprego, principalmente nesse momento tão delicado que estamos vivendo. Não queremos que o nosso aluno desista do projeto de concluir o ensino superior. Estamos falando de sonhos, de futuro, de realizações, de conquistas. Não dá para brincar com isso”, finaliza Pistore.