Em cada parte do planeta, tratar de seguros tem suas particularidades. A globalização estreitou a relação entre os países, e mesmo assim, cada continente segue com seu modo de desenvolvimento econômico. Os milhares de corretores de seguros espalhados pelo mundo se adaptaram ao modelo de produção vigente no seu país, o que levou aos profissionais uma especialização dedicada às peculiaridades do seu público.
Nova York e os planos de saúde
Em Nova York, por exemplo, vender plano de saúde empresarial é tão comum como oferecer aos paulistanos proteção para seu veículo. Aproximadamente 49% da população têm seguro de saúde vinculado ao trabalho, de acordo com o último levantamento da Kaiser Family Foudation (KFF). Já os planos individuais ultrapassam a marca de 30% na cidade.
O sistema de saúde dos Estados Unidos provém de investimento público e privado. Em 2014, 48% dos gastos com o setor no país ocorreram de fundos da iniciativa privada. O governo federal foi responsável por 28%, enquanto as administrações estaduais e locais se responsabilizaram por 17%. A Marsh, segunda maior corretora do mundo, possui quase 300 profissionais trabalhando na linha de frente para oferecer seguro saúde à população.
De acordo com o NY Health Insurance Policies & Programs, uma espécie de órgão regulador dos planos de saúde americano, cerca de 27 mil ‘brokers’ levam essa proteção aos colaboradores das empresas. Geralmente, o custo da mensalidade do plano é dividido entre o empregado e o empregador. Profissionais liberais e freelancers também fazem parte desse vinculo.
Corretor de Vida na China
Na outra face do universo, o governo chinês investe pesado em Seguro de Vida. Segundo a cotação de maio deste ano, realizada pela Forbes, o China Life Insurance tem um valor de mercado de $60,3 bi e quase 104 mil funcionários atuando diretamente na disseminação desse seguro. Em agosto deste ano, a China abriu caminho para a gigante AIA Life Insurance operar em Xangai, a segunda cidade mais populosa do mundo.
Um levantamento de 2018 da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China – CIRC – (na tradução livre) revelou que boa parte dos corretores estão localizados em Xangai, o que justifica o alto investimento da AIA Group.
Em entrevista à Xinhua, agência de notícias oficial do governo da República Popular da China, o presidente da AIA, Lee Yuan Siong, comemorou a instalação em Xangai. “Será uma grande oportunidade para fornecer às famílias chinesas mais produtos e serviços de qualidade, contribuindo no desenvolvimento saudável da indústria de seguros na cidade”.
Uma das principais corretoras do país, a China Great Wall, projeta que o desempenho do setor de seguros, sobretudo na carteira de Vida, será impulsionado pela nova política monetária do governo de Xi Jinping. A AON é a corretora mais bem avaliada entre os seus colaboradores na cidade de Xangai, de acordo com o Glassdoor, um site onde funcionários e ex-funcionários avaliam anonimamente as empresas.
A cidade do auto
Mais populosa cidade da América Latina, São Paulo também é a que mais possui carro. Segundo os dados do DENATRAN, a capital apresenta a maior frota de veículos em circulação do Brasil. A alta demanda reflete na participação do seguro auto na produção do setor. Desde 2002, a carteira apresenta desempenho consistente, oscilando entre 32% e 35% de presença no mercado, sem levar em consideração o VGBL.
Cerca de 16 mil corretores estão aptos a operar nesse segmento na capital. Diferente de Nova York e Xangai, o seguro auto é mais relevante entre os paulistanos desde o crescimento das indústrias automobilísticas no Brasil, que ganhou combustível nos anos 1970 e 1980.
A carteira vive um momento inédito, passando por reformulações na maneira de consumo e de comercialização. Em alguns casos, inclusive, se questiona a presença do corretor na intermediação dos contratos.
O estado de São Paulo ultrapassou a marca de 40 mil corretores, de acordo com o estudo do Sincor-SP de 2016. 48% deles, ou seja, cerca de 19.200 profissionais atuam na capital. Desse total, 63% são pessoa física e 37% jurídica. O estudo revelou, ainda, que a maioria dos consultores (80%) atuam em todos os ramos, enquanto os outros 20% são especialistas em Vida, Saúde e Previdência.
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