Por: Emir Zanatto*
Vamos direto ao ponto. O setor de seguros está em um momento crucial de transformação e crescimento. Este ano, buscamos crescer 9,4%, chegando a 11%, com o apoio de instituições como SUSEP e CNseg. Mas nossas ambições vão além: até 2030, aspiramos a representar 10% do PIB, conforme os objetivos delineados pela CNSeg.
Para alcançar esses objetivos audaciosos, devemos expandir nossa visão, indo além das fronteiras tradicionais do consumo de seguros e da própria indústria. É fundamental observarmos as pessoas e o mundo ao nosso redor de uma maneira mais abrangente e inclusiva.
O Corretor de Seguros desempenha um papel vital nesse cenário, atuando como o principal conhecedor das necessidades e desejos das pessoas. Diferentemente das seguradoras, que muitas vezes focam nos clientes atuais, os corretores têm uma visão ampla, incluindo aqueles que, por algum motivo, optaram por não adquirir seguros. Esta perspectiva é inestimável, pois revela um vasto mercado potencial a ser explorado.
Neste contexto, a informação se torna nosso bem mais precioso, como o negativo de um filme fotográfico, revelando não apenas o que é visto, mas também o que está oculto aos olhos. Devemos nos perguntar: quem são as pessoas que hoje não contratam seguros e o que podemos fazer para alcançá-las?
Olhar para o mundo nos oferece pistas. Empresas como Shein têm demonstrado um crescimento exponencial, graças a estratégias inovadoras em suas jornadas de compra e processos de checkout. O TikTok, por sua vez, captura a atenção de seus usuários por horas a fio, utilizando algoritmos que personalizam o conteúdo de maneira eficaz.
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MercadoLivre, Nubank, e Primo Rico são exemplos de como a inovação e a compreensão profunda das necessidades dos consumidores podem catapultar empresas para o sucesso. Você pode pensar: “Mas essas são gigantes do mercado!” Precisamente. Eles se tornaram gigantes justamente por identificar e implementar mecanismos que os diferenciavam. Como setor, devemos aprender com esses exemplos e aplicar lições semelhantes.
A inteligência artificial (IA) representa uma ferramenta poderosa que está ao nosso alcance. Ainda estamos no início de compreender todo o seu potencial, mas é certo que quem dominar seus usos mais impactantes terá uma vantagem significativa. A IA pode nos ajudar desde a personalização de ofertas até a otimização de processos e a previsão de tendências de mercado. Portanto, sejamos pragmáticos. Devemos focar em três pilares fundamentais: a jornada do consumidor, a análise de dados e o aproveitamento da IA. No entanto, sem o conhecimento técnico e específico do setor de seguros, essas ferramentas por si só não são suficientes. É a combinação desse conhecimento com essas novas tecnologias que nos permitirá avançar.
O futuro está nas mãos daqueles que conseguirem integrar o conhecimento profundo do setor de seguros com esses três pilares. Por isso, reafirmo: esta é a década do seguro. Não há melhor lugar para estar.
Nossa missão é clara. Devemos abraçar as mudanças, ser inovadores em nossa abordagem e, acima de tudo, manter nosso foco nas pessoas – nossos clientes atuais e aqueles que ainda não descobriram o valor que podemos agregar às suas vidas. Este é o momento de agir, de transformar desafios em oportunidades e de liderar a próxima era do setor de seguros.
* Emir Zanatto é CEO da TEx e ecreve para a coluna “Com a Palavra” na revista digital