Levantamento da FenaPrevi revela crescimento dos prêmios, que somam R$ 18 bilhões
Por: Karem Soares
A Federação Nacional de Previdência Privada e Vida, conhecida como FenaPrevi, com base nos dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados, informa que nos primeiros quatros meses de 2022, o setor alcançou R$ 17,6 bilhões em prêmios dos seguros de pessoas, um aumento referente a 10,9% em relação ao ano anterior. Continua alto o volume de benefícios pagos aos segurados: de janeiro até abril foram R$ 4,5 bilhões em sinistros, considerados pela entidade um resultado em patamar elevado, ou seja, superior aos níveis pagos em 2019. Desde o início da pandemia Covid-19, vem sendo observada a redução de 20,6% em valores.
No mês de abril, foram arrecadados R$ 4,5 bilhões em prêmios, sendo 11% maior quando comparado ao mesmo mês, em 2021. Quando citamos os sinistros, houve R$ 1,1 bilhão em acertos, um valor 38,5% menor do que o ano anterior, mas considerado elevado em relação aos números pré-pandêmicos.
Nos primeiros cinco meses do ano foram desembolsados R$ 5,7 bilhões em sinistros referentes a seguros de pessoas. Segundo a entidade, um alto volume pago de benefícios, também superior aos níveis de 2019 (pré-pandemia). Já em prêmios, o mercado alcançou R$ 22,5 bilhões entre janeiro e maio de 2022.Mais de 181 mil sinistros, apenas por mortes decorrentes da Covid-19, foram acertados pelo setor, ou seja, cerca de R$ 6,7 bilhões pagos às vítimas e suas famílias de abril de 2020 até maio de 2022.
A procura do brasileiro pelo seguro de vida, contra doenças graves e o de funeral continua aumentando e obteve alta nos prêmios de 17%, 21% e 17%, respectivamente. Esses produtos tiveram sua importância ampliada nos dois anos de pandemia, de acordo com os relatórios publicados pela FenaPrevi no intervalo. De acordo com a Datafolha, os dados podem indicar um aumento da preocupação da população relacionadas ao futuro da família, como deixar os entes queridos sem condições de se manter e de não ter como pagar um tratamento médico, caso seja necessário.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, Edson Franco, os dados comprovam também o aumento da preocupação do brasileiro com o bem-estar familiar, quando o assunto é a garantia do futuro dos seus entes queridos. “A crise dos últimos anos, marcada pela pandemia, provocou uma reflexão maior nas famílias brasileiras sobre o futuro, chamando atenção para a necessidade de estar preparado financeiramente para lidar com situações adversas. Tivemos, assim, grande aumento na procura dos brasileiros por estes seguros. Apesar do cenário difícil, o mercado de seguro de pessoas mostrou sua resiliência nos últimos anos e a sua importância para milhares de famílias que foram atendidas pelo setor, somos um país com uma baixa taxa de cobertura da população, tanto por falta de cultura de contratação desse tipo de seguros (causada pela falsa percepção de que o Estado vai prestar esse apoio financeiro), como pela baixa renda média da população em geral”, explicou.
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Preocupação do brasileiro com o futuro
Com a pandemia, o papel do seguro na sociedade se tornou prioridade. Com o alto índice de mortes por Covid-19, a população passou a se preocupar com o futuro da família. Houve crescimento na procura por seguro em diversos ramos, além da educação financeira, que se tornou essencial nos dias atuais. A Seguro Nova Digital conversou com executivos que emitiram a sua opinião, a respeito do seguro de vida no cotidiano do brasileiro.
O Presidente do CVG-SP e diretor comercial nacional Vida da Tokio Marine, Marcos Kobayashi, afirma que a proteção familiar se tornou importante devido a pandemia. “No Seguro de Vida podemos afirmar que o risco é certo, portanto, a pergunta não é “se” e sim, “quando?”. A carteira de Pessoas ganhou ainda mais destaque e relevância nos últimos anos, principalmente por causa da maior conscientização sobre a importância do Seguro de Vida – e seus benefícios a serem usados em vida – para a proteção familiar. Um fenômeno impulsionado pela pandemia. Gosto de ressaltar a evolução do nosso mercado, o crescimento constante e consistente. O Vida se tornou a maior carteira em arrecadação de prêmios, mesmo antes da Covid-19, superando ramos que lideravam tradicionalmente, como os de Automóvel e Saúde”, afirmou.
Segundo Daniela Cruz, superintendente de Vida, Previdência e Capitalização da Zurich, houve a prioridade das pessoas em relação a segurança familiar. “Ano após ano é possível notar o crescimento da participação dos seguros de pessoas em nosso mercado, demonstrando a priorização e maior preocupação das pessoas em relação à sua segurança e de sua família. Isso acontece por alguns fatores pontuais, como a pandemia por exemplo, mas, principalmente, por questões estruturais como o processo de disseminação de conhecimento e educação da população em relação ao tema. Mas também com a criação de novos produtos que atendam às necessidades específicas de cada pessoa, à melhora nos serviços prestados pelas companhias e no relacionamento com clientes, e à criação de novos canais de distribuição que atingem públicos antes pouco abordados, entre outros fatores”, ressaltou.
O Diretor de Relacionamento da Alper, Marcos Rogério dos Santos, menciona a instabilidade econômica e a facilidade da contratação do seguro. “Essa sempre foi uma preocupação das famílias, porém, a pandemia aumentou a imprevisibilidade dos acontecimentos em diversas esferas. A maioria das pessoas viu de perto o impacto do Covid dentro de casa, em parentes e amigos próximos, o que aumentou a reflexão sobre a necessidade da segurança financeira. A instabilidade econômica mundial fez crescer a percepção da necessidade de um mecanismo que garanta a segurança financeira, como o seguro de vida, que traz segurança e tranquilidade para as famílias em momentos de adversidade. O processo de contratação de seguros hoje está muito mais fácil e intuitivo, tanto para empresas, como para pessoas. A tecnologia é uma grande aliada no surgimento de novos produtos e serviços, permitindo que as escolhas sejam feitas no perfil mais adequado ao cliente”, mencionou.
A Diretora de Produtos de Health da Aon Brasil, Maria Carolina Pazianotto, informa que esse comportamento trouxe um novo significado para o seguro de vida como ferramenta de proteção. “Essa conscientização trouxe um novo significado para o Seguro de Vida, como uma ferramenta financeira de liquidez imediata para sua proteção em caso de imprevistos, tanto no caso de uma ausência precoce, visando ao bem-estar dos familiares, como também em eventuais imprevistos em vida, nos quais o indivíduo fique impossibilitado de gerar renda e prover uma melhor qualidade de vida para seus dependentes, ou mesmo para algum tratamento que se mostre necessário”, informou.
Para a sócia da Moby Corretora de Seguros, Kamila Alves, a arrecadação da FenaPrevi aliada ao aumento da preocupação do brasileiro com a estrutura financeira familiar para o futuro, gerou uma oportunidade de vendas dos produtos ligados ao seguro de pessoas. “O seguro de pessoas manteve o crescimento na procura, porque com a pandemia, tudo mudou. Percebemos que o brasileiro passou a valorizar o seguro de vida, a buscar informações sobre o seguro funeral e até os funcionários das empresas procuravam os setores responsáveis para perguntar sobre a importância do benefício. Quando falamos dessas modalidades de seguros, sabemos que toda parte financeira também foi repensada pelas famílias brasileiras. A prospecção dos negócios aumentou junto com os pedidos de cotações”, concluiu.
Leia, por fim, a 26ª edição da revista: