Por: Rener Oliveira, Coordenador de Análise da L.Perna
O avanço do seguro de transporte de cargas tem sido impulsionado, em grande parte, pela parceria estratégica entre seguradoras, corretores e reguladoras de sinistros. Com a transformação digital acelerando mudanças no setor, reguladoras e inspetores passaram a atuar de forma cada vez mais técnica, integrada e alinhada às novas exigências de um mercado em constante evolução.
Embora historicamente conservador, o mercado de seguros vem atravessando transformações estruturais significativas, impulsionadas por tecnologia, análise de dados e pela pressão crescente por mais eficiência. No seguro de transportes, essas mudanças ganham ainda mais relevância, dada a complexidade das cadeias logísticas, o alto número de agentes envolvidos e a variedade dos riscos operacionais.
Mais do que papelada: o valor real de quem está na linha de frente
Diante desse cenário, é fundamental reconhecer a relevância dos inspetores de sinistros e das reguladoras, cuja atuação técnica e estratégica é indispensável. São eles que, em campo, realizam a coleta precisa de informações, analisam as circunstâncias do sinistro, verificam a conformidade das operações e elaboram relatórios técnicos que orientam decisões rápidas e bem fundamentadas.
A chegada das insurtechs, com sua proposta de inovação e agilidade, pressionou os modelos tradicionais a revisarem processos, investirem em tecnologia e adotarem posturas mais estratégicas. Hoje, a diferenciação competitiva está diretamente ligada à capacidade de coletar, interpretar e agir com base em dados confiáveis. E é justamente aí que a atuação técnica das reguladoras e inspetores faz toda a diferença. Sem vistorias detalhadas, sem leitura correta dos danos e sem o entendimento técnico-operacional das ocorrências, nenhuma estratégia se sustenta.
No setor de seguros, a chamada “inteligência comercial” depende, cada vez mais, da análise precisa de dados operacionais e técnicos — ferramenta essencial para antecipar riscos, mapear gargalos e aprimorar processos. Quando essa abordagem se soma à atuação técnica das reguladoras, o resultado é uma resposta mais ágil e eficaz por parte de seguradoras e corretores diante de situações adversas.
No seguro de transportes de cargas, a gestão de riscos é o ponto central da operação. A diversidade de modais, a fragilidade de certas cargas, as condições adversas das estradas e portos, entre outros fatores, tornam a previsibilidade um desafio constante.
Dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) apontam que o seguro de transportes movimentou, em 2024, mais de R$ 6,2 bilhões em prêmios no Brasil, um crescimento próximo de 15% em relação ao ano anterior. A sinistralidade do segmento se mantém como uma das mais altas do mercado, com índices médios que variam entre 60% e 70%, dependendo da região e do tipo de operação.
Entre as causas mais frequentes de sinistros estão os roubos de cargas e os acidentes. Essas ocorrências reforçam a importância de uma regulação técnica eficiente, com vistoria qualificada e alinhamento entre todos os agentes envolvidos.
Um dos maiores desafios do mercado de seguros de transportes ainda é a comunicação eficaz. Falhas no repasse de informações, uso excessivo de linguagem técnica e ausência de acompanhamento regular acabam por gerar ruído e frustração nos envolvidos.
Do lado dos corretores e segurados, as principais reclamações ainda giram em torno da dificuldade na comprovação de sinistros, demora nos processos de indenização, falhas de comunicação entre as partes e falta de clareza nas cláusulas contratuais.
Muitos segurados enfrentam entraves para organizar e apresentar a documentação exigida ou não conhecem os trâmites para mitigação de perdas, e isso se agrava quando não há apoio técnico adequado.
Nesse contexto, a atuação técnica das reguladoras de sinistros representa um elo importante para todos os envolvidos, ajudando na orientação, levantamento de provas, organização das informações e, principalmente, na apuração, regulação e liquidação do sinistro.
Reguladoras que mantêm equipes técnicas bem treinadas, com procedimentos de atendimento claros e padronizados, junto com a adoção de tecnologias como aplicativos de coleta de dados em tempo real, com envio de fotos, e um sistema de acompanhamento compartilhado entre seguradora, corretor e segurado, conseguem reduzir significativamente o tempo médio de regulação e melhorar a percepção de qualidade do serviço por parte dos clientes. Essa transparência nos processos cria um ambiente mais colaborativo e confiável.
Corretores que atuam de forma próxima ao cliente e mantêm contato direto com reguladoras e seguradoras conseguem não apenas acelerar o processo, como também educar o segurado sobre seus direitos e deveres, ajudando a evitar disputas e melhorando a experiência geral.
Seguro bom é aquele que ajuda antes, durante e depois
Embarcadores e transportadoras esperam, cada vez mais, eficiência, previsibilidade e suporte técnico ao contratar um seguro. Já não se trata apenas de indenizar perdas, mas de atuar preventivamente, oferecendo insights que melhorem a gestão operacional e reduzam os riscos de novos sinistros.
Esses clientes também valorizam a personalização das coberturas, o acesso digital a documentos e a possibilidade de interagir com as partes envolvidas em tempo real, especialmente em situações críticas.
Nesse cenário, um bom exemplo é a L. Perna Comissária de Avarias, que atua na indústria de seguros desde 1981. Com mais de 40 anos de experiência e mais de 25 mil vistorias realizadas em diversos ramos (automóvel, property, transportes nacional e internacional), a empresa consolidou-se como uma referência técnica no setor.
Nos últimos anos, a L. Perna ampliou seus esforços estruturando uma rede de atendimento em todo o Brasil.
Seu diferencial está na soma de dois pilares: profissionais especializados e tecnologia de ponta. A empresa acredita que o primeiro valor percebido por clientes é a qualidade técnica — e é exatamente aí que ela se destaca.
Entre os principais avanços está o Sistema Antares de Gestão de Sinistros, uma plataforma própria desenvolvida para tornar todo o processo mais eficiente, claro e integrado. A ferramenta permite a seguradoras, corretores e segurados acompanharem todas as fases da vistoria e regulação, com funcionalidades como:
- Registro e controle da documentação do sinistro
- Avaliação e estimativa de danos
- Comunicação com todos os envolvidos
- Acompanhamento em tempo real do processo
- Geração de relatórios técnicos
- Integração com sistemas externos
- Garantia de segurança e conformidade
Com essa abordagem tecnológica, a L. Perna tem contribuído para agilizar o tempo de resposta, reduzir ruídos de comunicação e elevar o nível de transparência nos processos. Tudo isso reforça uma visão moderna e colaborativa da regulação, onde todos os envolvidos ganham: seguradoras, corretores e, principalmente, os clientes.
“A combinação entre expertise técnica e tecnologia inovadora é o que torna a L. Perna uma parceira estratégica para seguradoras, corretores e clientes.”
Por fim, a inteligência comercial dos corretores e das seguradoras também se beneficia diretamente dessa atuação coordenada. Com acesso a relatórios bem elaborados e informações técnicas estruturadas, o corretor pode atuar com mais propriedade na orientação de seus clientes e na fidelização de segurados.
Para um setor que busca excelência operacional, a valorização e o investimento na atuação das reguladoras de sinistros e seus inspetores não devem ser apenas uma resposta às exigências do presente, mas uma estratégia de futuro. É fundamental que seguradoras e corretores reconheçam essas parcerias técnicas como diferenciais competitivos e fortaleçam essa integração com processos mais ágeis, investimentos em tecnologia e capacitação contínua.
Somente assim o seguro de transporte de cargas continuará evoluindo com segurança, eficiência e credibilidade.






