Entenda como funciona o seguro para carros antigos

Entenda como funciona o seguro para carros antigos

Proteção para carros antigos é tendência no Brasil, mas problemas de reposição de peças e alto índice de roubo e furto dificultam a aceitação por parte das seguradoras

Por: Sergio Vitor Guerra

Milhares de brasileiros têm em casa aquele quartinho pouco habituado pela família. Seja porão, sótão ou o nome que quiser dar, a verdade é que esses cômodos geralmente possuem uma única utilidade: guardar apetrechos em desuso por muito tempo. Com mais de 20 anos de profissão, a psicóloga Lizandra Arita, formada pela Universidade Bandeirante de São Paulo, explica que o apego emocional a objetos “é um forte vínculo que a pessoa sente em relação a um determinado item, independentemente do valor monetário”.

O que normalmente não cabe dentro de um quarto é aquele carro antigo que demanda alto custo de manutenção, mas que possui um grande valor emocional, seja pelo histórico familiar, pela nostalgia do primeiro automotor ou simplesmente por ser um aficionado por veículos de longa data.

Uma pesquisa encomendada pela Fédération Internationale des Véhicules Anciens (FIVA), representada pela Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA) no país, revelou que o mercado nacional de automóveis antigos movimentou R$ 32,6 bi em 2019. Além dos gastos com manutenção, restauração, compra, venda e combustíveis, o serviço de seguros também é uma das preocupações dos motoristas. 

Mesmo com essa demanda, poucas seguradoras se dispõem a assumir os riscos desses carros. “Além de serem veículos raros e bastante visados para roubo, em caso de acidentes é difícil fazer a reposição de peças, o que seria um empecilho no momento da regulação do sinistro”, justifica Karla Bernadino, corretora e sócia proprietária da Sistema Sul Corretora de Seguros. 

As poucas coberturas que a companhia de seguros pode oferecer também agravam a dificuldade na negociação. “Hoje existem pouquíssimas opções de mercado. É possível segurar apenas contra roubo, furto, perda total e danos contra terceiros. A reposição de peças é complicada para esses veículos, e por isso, não existe a opção que ampara a perda parcial”, analisa.

Karla Bernadino, da Sistema Sul Corretora de Seguros

Entusiastas e Colecionadores

É importante separar o motorista apegado do colecionador. Embora ambos possuam um vínculo afetivo com o transporte a quatro rodas, o segundo vai mais longe, adotando um estilo de vida baseado na sua coleção. Para esse público, Karla lembra que seus respectivos carros precisam possuir placa preta. “Para isso, é preciso que ele tenha sido fabricado há mais de 30 anos, tendo 80% das peças originais e que esteja em bom estado de conservação”.

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No Brasil, segundo o levantamento da FBVA, existem cerca de 1,2 milhão de colecionadores, que têm em média 2,7 veículos históricos. Em média, ainda de acordo com a pesquisa, os proprietários ficam 11 anos com o transporte.

A seguradora Suhai percebeu as oportunidades de negócio e investiu nesse segmento a fim de atender ao público desassistido. Segundo Jorge Martinez, Diretor de Produto, a companhia nasceu com o propósito de tornar possível o seguro para todos os brasileiros. “Temos por conceito oferecer alternativa de contratação para nichos que o mercado não atende de forma satisfatória. O segmento de carros antigos e para colecionadores é um deles”, observa. 

Na companhia, as coberturas oferecidas visam proteger em casos de: roubo/furto, necessidade de assistência 24h, a perda total em decorrência de colisão e responsabilidade civil sobre danos a terceiros. Em concordância com Karla, Martinez destaca que a principal particularidade desse seguro é a determinação do valor. “Não há tabela de mercado (FIPE) para tais veículos”, pondera. Logo, há uma grande variação na avaliação por parte de seus proprietários.

“A Suhai desenvolveu uma metodologia no processo de contratação que permite ao cliente determinar o valor dentro de uma faixa mínima e máxima. A faixa máxima é ampliada nos casos de veículos de placa preta”, explica o executivo.

Jorge Martinez, da Suhai

Potencial de mercado

Os mais de um milhão de colecionadores brasileiros, bem como os proprietários que possuem um carro antigo de grande valor emocional, são potenciais clientes de seguro em um setor ainda pouco explorado. Na análise da sócia proprietária da Sistema Sul Corretora de Seguros, o setor está criando alternativas para os riscos que possuem dificuldade de aceitação, mas que tem um grande público-alvo. 

A executiva projeta, portanto, uma atenção cada vez maior no segmento de carros antigos. “Nos próximos anos, acredito que mais soluções devem surgir para esse segmento, tornando o mercado mais competitivo e com um leque de opções maior para os segurados”.

No caso da Suhai, Martinez revela que o objetivo da seguradora é manter e melhorar as condições de contratação, como manter atualizando periodicamente as faixas máximas de valor de contratação por modelo, assim como a disponibilização da cobertura de responsabilidade civil para todos os Estados. Atualmente está liberada na Região Sul e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

“A Suhai possui uma carteira significativa nesse segmento, principalmente pela contratação de Fuscas, Kombis e Opalas/Caravans, mas também em vários outros modelos, já que não temos restrição de aceitação por modelo ou ano. Temos, por exemplo, seguros contratados para Ford 1923 e Ford 1929”, detalha.

Leia, por fim, a 27ª edição da revista:







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