De volta aos trilhos após a chegada de Newton Queiroz na cadeira de presidente, empresa comercializa serviços de assistência ao cliente final
A Europ Assistance Brasil deixou de navegar pelo navio petroleiro para percorrer os mares por um veleiro. Essas foram as expressões usadas pelo CEO Newton Queiroz, que fez alusão com o momento que a companhia passa. “O petroleiro dá a falsa sensação de estabilidade, traz inércia e tem peso e tamanho enormes. Já o veleiro é ágil, funciona por duas fontes de combustível e preza pelo trabalho em equipe”, explicou em encontro com jornalistas na última sexta-feira, 27, na sede da empresa em São Paulo.
Após a chegada de Queiroz na cadeira de presidente, em 2021, a empresa passou por uma série de mudanças, como na estrutura da sua sede, no quadro de colaboradores e no relacionamento com o cliente. Mesmo com a arrecadação do setor de seguros crescendo anualmente, o executivo está incomodado com a baixa distribuição. “As pessoas estão deixando de comprar um seguro porque o custo está elevado. A indústria é excelente, mas temos que usar outros artifícios e a assistência é um deles”, ponderou.
Newton revela que está dividindo o foco de distribuição em b2b, b2c e b2b2c. Além da assistência viagem, a companhia passou a oferecer serviços de automóvel e residencial, como guincho e chaveiro, diretamente ao consumidor final, ou seja, sem a necessidade da contratação de uma apólice de seguro. O projeto se estende, ainda, a assistências dos produtos de Vida.
O potencial desse mercado para 2023 pode alcançar entre R$ 5,5 bilhões e R$ 7 bilhões em prêmios. “Nosso foco é tirar as pessoas de situações emergenciais da melhor maneira possível e fazer com que a família e o indivíduo estejam seguros. Seremos a melhor Europ possível no Brasil para nossos clientes”, projetou.
O cenário é desafiador no país: 30% da frota de veículos está segurada, o seguro residencial chegou a 20% da população e o seguro de vida, apesar de crescer nos últimos anos, ainda chegou a poucos brasileiros. Segundo Rogério Guandalini, Diretor Comercial e Marketing da Europ, um serviço de assistência pode custar até dez vezes menos em relação ao de seguro, “trazendo muitos benefícios e dando acesso a pessoas que eventualmente não podem comprar um seguro”, avaliou.
Nessa estratégia, o objetivo da empresa é quebrar o vínculo de atender só quem pode contratar uma apólice, chegando a pessoas que hoje o mercado segurador não atinge. Por isso, na análise de Guandalini, os produtos são uma alternativa para quem está fora do mercado sem abrir concorrência com as seguradoras. “Por que não oferecer algo que pode resolver grande parte dos problemas diários da pessoa?”, indagou.
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Uma vez que desincorporada do seguro, a assistência precisa ter canais de distribuição. Um deles é o varejo, “o canal mais democrático que existe no Brasil”, observou Guandalini. A materialização desse projeto está na parceria com o Auto Compara, que viabilizou a venda do produto que inclui rastreador, assistência 24h e serviços para residência, custando R$ 75,90 por mês.
Já o corretor também faz parte da estratégia da empresa, sobretudo na comercialização dos produtos de viagem, que necessitam de um apoio consultivo no momento da venda. Como forma de reforçar a parceria com o profissional, a companhia promove treinamentos por meio da sua plataforma online.
Europ Assistance: impactando a vida das pessoas
Embora a quantidade de viagens dos brasileiros ainda não esteja no mesmo patamar anterior ao da pandemia, em 2023 o segmento de seguro viagem atingirá pela primeira vez R$ 1 bi em prêmios. “É um claro efeito pós-pandemia, mostrando que as pessoas estão mais preocupadas em ter uma cobertura quando estão fora de suas casas”, observou Gabriel Rego, Head Travel Brazil da companhia.
Na Europ Assistance Brasil, 55 milhões de pessoas já foram atendidas pelo seguro viagem. “A cada dia que passa aumentamos a nossa rede”, contou Gabriel. Com a empresa cada vez mais forte no mercado, o intuito é transformar a viagem dos clientes “numa experiência inesquecível antes, durante e depois de planejada”, complementou o executivo.
O turismo está voltando a crescer e a estimativa é que até 2025 o número de viagens volte ao mesmo nível anterior à pandemia. “2023 é um ano bastante especial, pois conseguimos dobrar o faturamento em viagem. Já no próximo ano, projetamos aumentar ainda mais a participação do segmento na empresa”, projetou Gabriel.
A companhia está investindo em todas suas linhas de negócio, com o objetivo de impactar a vida não só dos clientes, mas também dos colaboradores e dos prestadores. “Muita coisa vem se movendo dentro da empresa, com ótimo nível de qualidade mesmo ganhando muita escala. Em média são feitos mais de 850 mil atendimentos no ano”, comentou Thiago Massarico, Diretor de Operações.
Nos últimos dois anos, a empresa cresceu 30% em produtividade. “Agora temos que olhar para frente e chegar nesse veleiro que esperamos”, salientou o executivo. A estratégia é, segundo ele, a diversificação de canais e de linhas de negócios de maneira inteligente. “Essa é a minha visão que está alinhada com a estratégia da ‘EA’ nos próximos anos”, finalizou.
Leia, por fim, a 37ª edição da revista: