IA, Direito e Saúde Suplementar: inovação com ética, segurança e propósito

IA, Direito e Saúde Suplementar: inovação com ética, segurança e propósito

Por Renan Coelho*

A transformação digital no setor jurídico deixou de ser uma tendência para se tornar uma realidade urgente. No último “Esquenta AB2L LEX 2025”, tive a oportunidade de integrar um painel sobre “IA no Jurídico: Como Aplicar, Benefícios Reais e Desafios na Prática”, em um debate que deixou clara a dimensão estratégica da inteligência artificial na rotina jurídica.

Vivemos um cenário em que a velocidade da informação e o volume de dados desafiam a eficiência dos departamentos jurídicos. A IA surge como resposta a esse desafio, oferecendo soluções que vão da automação de tarefas repetitivas, como análise de contratos e pesquisas jurisprudenciais, até a criação de copilotos jurídicos que auxiliam na tomada de decisões.

Entretanto, adotar tecnologia em ambientes altamente regulados, como os setores jurídico e de saúde, requer cautela. Segurança da informação, proteção de dados sensíveis e conformidade legal devem caminhar lado a lado com a inovação. Um dos grandes entraves é justamente esse: como testar ferramentas de IA com eficiência quando se trabalha com dados sigilosos?

A resposta está na experimentação controlada. Testes em ambientes seguros, uso de dados anonimizados e envolvimento direto das áreas de segurança e TI são medidas fundamentais. Mas mesmo com a estrutura ideal, um obstáculo silencioso permanece: a resistência cultural. A inovação muitas vezes esbarra no medo do novo, no receio de errar, e em ambientes corporativos isso pode paralisar iniciativas antes mesmo de serem exploradas.

   NOTÍCIAS DE SEGUROS NO SEU WHATSAPP

Criar uma cultura que permita o erro como parte do aprendizado é essencial. A IA precisa ser treinada e ajustada — e isso só acontece quando há espaço para tentativa e erro. A inovação exige investimento em capacitação, ambientes seguros para teste e, acima de tudo, liderança que estimule e proteja esse processo.

Tenho acompanhado iniciativas que demonstram na prática como a IA pode gerar ganhos reais em performance, desde automatizações na controladoria jurídica até a criação de soluções por colaboradores, em programas internos de inovação. Quando o conhecimento é compartilhado e a liderança incentiva o uso responsável da IA, novas ideias florescem com impacto concreto nos resultados.

O uso da inteligência artificial no Direito não é mais uma escolha, é uma necessidade estratégica. Mas sua aplicação efetiva depende de um equilíbrio entre conhecimento técnico, cultura organizacional e segurança. O caminho passa por identificar as dores reais do departamento, escolher as ferramentas adequadas e criar espaço para que as ideias sejam testadas, ajustadas e, finalmente, implementadas.

Se a IA parece complexa, devemos começar pelo básico: entender os princípios, estabelecer regras claras de segurança e fomentar uma cultura de uso ético e responsável. A inovação nasce da prática. E a prática, por sua vez, exige coragem para fazer diferente.

*Renan Coelho é Gerente Jurídico na Allcare Gestora de Saúde, bacharel em Direito pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro, com especializações em Gestão de Departamentos Jurídicos (Intellijur), Finanças para Gestores (FGV), ChatGPT e AI Law (Future Law) e Inteligência Artificial para Negócios (StartSe – AI Academy).








banner pitzi

©2024. Seguro Nova Digital, a revista online do mercado de seguros. Todos os direitos reservados.

Primeira revista digital do mercado segurador, a Seguro Nova Digital é o resultado de uma ampla pesquisa, baseada nas transformações do setor e dos consumidores. O veículo surge a partir da necessidade da criação de conteúdos exclusivos no ambiente online. Para atender a demanda de clientes e usuários de todas as idades, os meios eletrônicos dispõem de ferramentas peculiares que estimulam à leitura.

A praticidade diária, a capacidade de interação, o compartilhamento de ideias em pouco tempo e o apreço pelo meio ambiente são componentes que se alinham com as mudanças de hábito do consumidor e com o desenvolvimento do mercado de seguros.

Nosso objetivo é ser um meio efetivo de comunicação, com o público que a empresa deseja atingir. Queremos decidir pautas junto ao cliente, abrir espaço para interação entre corretores, ouvir opinião do consumidor final do produto/serviço, dialogar com os porta vozes das companhias, ser um canal de referência e oxigenação no mercado.

Para isso, além dos tradicionais veículos de comunicação (site, Facebook, Linkedin e Instagram), formaremos grupos de discussão e divulgação por Whatsapp, vídeos entrevistas, sempre enaltecendo à opinião dos corretores. Nossa missão é colocar a sua informação e sua marca no caminho do público-alvo.

Somos profissionais formados na área de comunicação: Jornalismo e Relações Públicas. Assim, por meio de uma análise de quatro anos do setor de seguros, entendemos que fazer um trabalho diversificado, de relevância e com grande expertise para o segmento é essencial àqueles que desejam contribuir para o mercado.