Por: Luciana Bastos*
Artigo escrito originalmente para a 41ª edição da revista digital.
No cenário econômico e social do Brasil, testemunhamos mudanças significativas no papel das mulheres, principalmente com seu crescimento como provedoras no âmbito familiar. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de lares com mulheres responsáveis pelo sustento da família e com a maior remuneração do domicílio aumentou em 72,9% de 2012 a 2022, passando de 22,2 milhões para 38,3 milhões.
Esses dados evidenciam um paradoxo patriarcal que encontramos ao mapear o espaço e acessos das mulheres às pautas econômicas. Elas são maioria na população e já chefiam 50,9% dos lares no país, mas as questões financeiras ainda são protagonizadas por homens, em boa parte dos casos. Na Icatu, as mulheres respondem por cerca de 46% dos contratos de seguro de vida da companhia. Já os de previdência são feitos por pessoas do sexo feminino em aproximadamente 44% dos casos.
Vale lembrar que dados do IBGE revelam que as mulheres vivem cerca de sete anos mais do que os homens, o que indica uma maior preocupação com a saúde e o bem-estar. O desafio é fazer essa visão se estender às finanças – especialmente no contexto da longevidade.
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Compreender os impactos desse novo cenário da pirâmide etária ainda é difícil para a sociedade, pois abarca muitas questões complexas. Viver mais implica em ter mais etapas na vida, como educação, carreira, aposentadoria e assistência médica prolongada. E é neste contexto que a educação financeira emerge como um pilar central e impacta diretamente a nós, mulheres.
Há também diversos aspectos culturais a serem superados. As decisões financeiras estão também cada vez mais na mão das mulheres na atualidade – e elas precisam, dia após dia, se sentar mais nessa cadeira.
Por isso, incentivar as mulheres a assumirem um papel cada vez mais ativo para a construção de um futuro mais equitativo e sustentável para todas as famílias brasileiras é também combater essas barreiras culturais que contribuem para essas disparidades.
Em um mundo de protagonismo feminino, marcado pela crescente longevidade, é imperativo que as mulheres ocupem seus espaços e tenham acesso à proteção e ao planejamento financeiro. A partir de um cenário mais democrático e igualitário, construiremos um futuro mais seguro e próspero para todos – e todas.