Produtos – Inovação & Segmentação

Produtos – Inovação & Segmentação
*Newton Queiroz

Quando fui convidado pelos amigos da revista para escrever, me solicitaram focar em produtos que fossem de nicho devido a uma de minhas especialidades e é isso que venho fazendo.

No entendo, vendo o lançamento de diversos produtos “novos” no mercado resolvi fazer uma pequena varredura para verificar o quanto realmente tais produtos trazem de inovação e segmentação.

Comecei a pesquisa sem expectativa e de forma bem leve para permitir uma mente aberta e olhar os diferentes ângulos de cada produto. Analisei mais de 20 novos produtos lançados este ano em diversos ramos e ao terminar o trabalho confesso que o resultado foi neutro/inconclusivo.

Por quê? Quando comecei esperava encontrar muita inovação de produtos, ou seja, coisas novas que nunca foram ofertadas (mesmo que coberturas) e ao mesmo tempo diferentes versões destes produtos para atender a demanda de públicos diversos.

O que encontrei foram muitas inovações periféricas, ou seja, que ajudam alguns produtos atuais a serem mais amigáveis ao cliente. São inovações que melhoram a experiencia do cliente e isso ´´e algo sumamente importante e, portanto, acho incrível o que vem sendo feito na parte de sinistros, assistências, aceitação de riscos e outros.

Mas inovação de coberturas ofertadas e/ou produtos disruptivos tenho que informar que não encontrei nenhum que pudesse se classificar como 100% novo e que esteja já sendo vendido em força máxima. Existem alguns protótipos de novos produtos, que já foram divulgados, mas que quando se tenta adquirir está claro que não é para todos ainda e por isso não os considero como um produto final e sim um MVP1 por assim dizer.

Agora, na parte de segmentação vi uma grande melhora por parte da indústria em oferecer produtos com variações para atender públicos específicos. Uma demanda enorme no dia a dia, mas que em seguros tínhamos muita dificuldade para atender e finalmente quebramos esta barreira.

Dos produtos que analisei, mais de 12 eram variações que podemos considerar produtos segmentados para públicos específicos. Isso me gerou um grande entusiasmo pois, juntamente com as inovações periféricas, criam uma jornada do cliente muito melhor do que tínhamos antes.

Claro, algumas seguradoras estão na frente e me atrevo a dizer que podemos contar em uma mão (ou menos) as seguradoras que conseguem oferecer inovação periférica, de produtos e segmentação de forma ágil e eficiente. Mas, lembremos que é muito melhor do que o passado quando tínhamos uma ou nenhuma.

Agora, parcialmente (empresas que entregam um ou mais desses requisitos) temos várias e o rol vem aumentando significativamente. As Insurtechs estão consideradas neste estudo com suas ofertas, onde muitas são focadas em melhorar a experiencia do cliente como verifiquei.

No final, o balanço é positivo para indústria porque estamos evoluindo no quesito jornada do cliente EXISTENTE. Sendo que a próxima etapa, e grande desafio, será criar a jornada do cliente NOVO.

O tempo dirá como nos sairemos, mas neste momento vejo de forma positiva o trabalho e acredito que em um horizonte não tão distante poderemos nos comparar a outras indústrias que conseguem criar novos produtos e estar sempre melhorando a jornada do cliente.

Newton Queiroz é um dos executivos mais bem gabaritados do mercado de seguros, passando pela liderança de grandes empresas do setor. Em 2020, foi eleito executivo do ano por uma revista especializada.

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