Como o mercado de seguros precifica itens raros em exposição?

Como o mercado de seguros precifica itens raros em exposição?

Objetos expostos podem não ter valor comercial, e companhias adotam critérios específicos para aceitar os riscos

Na madrugada de 9 de julho, um incêndio tomou conta do espaço destinado à Casa Warner, em exposição no Shopping Nova América, Zona Norte do Rio de Janeiro. O fogo se alastrou pelo galpão e não poupou itens raros idealizados pela Warner. A boneca Annabelle, por exemplo, protagonista da franquia “Invocação do mal”, foi queimada, assim como o furgão usado por Scooby, Salsicha e companhia na saga Scooby-Doo.

Os itens em exposição que fazem um ‘tour’ pelo mundo geralmente não possuem valor comercial. Por isso, as seguradoras utilizam critérios peculiares para precificá-los. O Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na Howden, Ricardo Minc, explica que o responsável por avaliar os objetos são os peritos especializados, semelhantes aos do setor de propriedades.

Minc descreve que são utilizados critérios como identificação do item, autenticação, condição e conservação, proveniência e histórico, raridade e escassez. “Para evitar discussões sobre o valor dos itens, as corretoras especializadas e as seguradoras geralmente incluem uma cláusula de valor acordado”. Desse modo, em caso de sinistros, não haverá disputas sobre o preço do objetivo danificado, segundo o especialista.

“A decisão de incluir a cláusula de valor acordado varia de seguradora para seguradora”, alerta o diretor da Howden. No entanto, geralmente o subscritor avalia riscos como:

  • o tipo e a fragilidade do objeto;
  • a coleção em que está inserido;
  • seu proprietário;
  • o local do risco ao qual será exposto;
  • organizador do evento;
  • equipe envolvida na produção da exposição (montadores e transportadores).

De modo geral, a inclusão da cláusula de valor acordado depende desses aspectos. “E a seguradora pode solicitar documentos que comprovem o valor do objeto para incluir essa cláusula ou não”, explica Minc. 

Ricardo Minc, Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na Howden
Ricardo Minc, Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na Howden

Apólices “de prego a prego” para itens raros

O seguro para exposições entra no ramo de “Riscos Diversos”, que cresceu 14% até abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2023, segundo a CNseg. Após a pandemia, o setor de eventos e cultura vem apresentando altas anuais. Entre janeiro e outubro de 2023, por exemplo, o segmento cresceu 46,6%, com consumo que movimentou R$ 96,7 bilhões, de acordo com o levantamento da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape).

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Segundo o diretor da Howden, o mercado de seguros brasileiro possui opções personalizadas para cobrir objetos de arte em exposições, feiras, bem como eventos públicos e privados. “Esses seguros são válidos para mostras em ambientes como galerias, museus, casas de leilão, universidades, aeroportos, centros culturais, shoppings, entre outros”, exemplifica.

Neste cenário, a Howden organiza a cobertura ‘All Risks’. Desse modo, ela visa proteger contra uma ampla variedade de riscos, “e que vai desde a retirada do local de origem, transporte e permanência na exposição até a devolução”, salienta Minc. Essas coberturas são conhecidas como “de prego a prego” ou “de parede a parede”. “

Por fim, segundo o executivo, trata-se de uma apólice que cobre manifestações visuais e plásticas “como desenhos, pinturas, esculturas e arquitetura, além de objetos modernos de raridade ou interesse histórico”, finaliza o executivo.








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