Mercado de seguros: estudo aponta possível queda no segundo semestre

Mercado de seguros: estudo aponta possível queda no segundo semestre

A quinta edição do “CNseg Webinars” contou com a participação de presidentes do Sindseg do PR/MS, RJ/ES, RS e de SC. O tema de mais uma reunião virtual foi os impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado de seguros de cada região representada pelos participantes. O encontro, mediado pelo presidente da CNseg, Marcio Coriolano, aconteceu na manhã da última quarta-feira, 11.

Coriolano iniciou os debates apresentando números do setor referentes ao primeiro quadrimestre do ano. O estudo, divulgado recentemente pela Susep, apontou para “um segundo semestre muito difícil”.  Além disso, o presidente da Confederação informou que a queda na arrecadação de abril deste ano foi de 21%, se comparada com o mesmo período de 2019. Embora o estudo leve para um cenário ruim neste semestre, Coriolano acredita que este momento gera na população o sentimento de prevenção contra riscos, ou seja, contribuindo para uma retomada do setor no futuro.

Flexibilização e ofertas

Antonio Carlos Costa, do Sindseg RJ/ES, destacou que os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo estavam se recuperando de uma grave crise econômica. Desse modo, planejava um 2020 com crescimento acima da média dos últimos anos. Porém, destacou que ambos os estados tiveram, em abril último, queda na arrecadação na faixa dos 20%, em relação a março do mesmo ano, tendo sido a carteira de automóveis uma das mais atingidas. Antonio Costa informou, ainda, que, no período, as seguradoras atuantes no RJ e no ES focaram mais na renovação de contratos do que em contratos novos, e que muitas optaram por ampliar a oferta de descontos e parcelamentos.

Como reflexos permanentes da pandemia no setor, Antonio Carlos afirmou estar notando a aceleração da digitalização de processos e canais. E prevê um aumento da demanda por seguros de crédito, viagem, D&O, garantia judicial, cibernético e “no show”. O Presidente do Sindseg RJ/ES alertou, ainda, para a necessidade de simplificação dos produtos e da comunicação, visto que, frente a incertezas, os consumidores desejarão entender cada vez melhor as coberturas que estão adquirindo.

Setor segurador não acompanha, necessariamente, as ondas de queda na economia

Abordando a situação nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, Altevir Dias afirmou que a situação na região é bem menos dramática que em outros estados. Isso porque, segundo o Presidente do Sindseg PR/MS, o Mato Grosso do Sul registrou, até aquele momento, 22 mortes pela Covid-19, e o Paraná, 243.

Essa realidade, segundo Altevir, somada à forte vocação da região para o agronegócio, contribuiu para que não fosse observada uma queda tão acentuada na arrecadação do mercado de seguros, como a ocorrida em outras regiões do país. “O ‘show’ de tecnologia apresentado pelas seguradoras possibilitou a entrega de um atendimento ainda mais eficiente. Além disso, reforçamos os canais digitais para corretores e clientes”. Sobre os impactos econômicos de longo prazo da pandemia no setor, Dias afirmou: “Historicamente, o mercado de seguros não acompanha necessariamente as ondas de queda dos demais, como o observado nas últimas três grandes recessões.”

Profissionais precisam se preparar para atender consumidores mais informados, exigentes e conectados

O mercado de seguros de Santa Catarina, representado por Waldecyr Schilling, não apresentou queda nas receitas no primeiro trimestre de 2020. Waldecyr informou que o seguro de responsabilidade civil registrou, nesse período, crescimento de 56,6% – em relação ao mesmo período do ano passado -. Além disso, o de garantia estendida, 44%, “apesar de se prever uma queda a partir de abril, mas menor que a de outros estados”. Como tendências, o Presidente do Sindseg SC aponta para o crescimento do seguro rural, “por força do agronegócio na região”; dos seguros cibernéticos, “uma vez que o Brasil é um dos principais alvos de ataques de hackers”, e dos seguros de automóvel, “com a cobertura intermitente”. Entretanto, alertou que os profissionais do seguro precisam se preparar para melhor atender e agregar mais valor ao consumidor, “cada vez mais informado, exigente e conectado”.

Pandemia ajudou a demonstrar a importância do setor segurador para a sociedade e a economia

Segundo Guilherme Bini, Presidente do Sindseg RS, o mercado segurador vai continuar crescendo devido à sua importância para a sociedade e para a economia. Segundo Bini, essa situação pôde ser bem demonstrada com a atual crise sanitária. Isso porque houve demanda de pagamento das indenizações e, também, pela contribuição das seguradoras na instalação de leitos, doação de equipamentos e incentivo a pesquisas. No entanto, alertou. “A retomada não será fácil, sendo importante utilizar todo o conhecimento adquirido nesse momento de pandemia para melhor adaptar os produtos de seguro e os canais de atendimento às necessidades dos consumidores. “Nosso cliente é hibrido em termos de hábitos de consumo; alguns preferem os canais digitais e outros, não”, afirmou.

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