Startup Parentallis joga luz no contexto entre a parentalidade positiva e saúde mental e emocional de pais e mães
Texto publicado originalmente na 43ª edição da revista digital.
Após 25 anos atuando como executiva no setor de seguros, Fernanda Cyrillo Bardela decidiu montar seu próprio negócio. Reuniu a experiência da maternidade com a formação de Educadora Parental, certificada internacionalmente pela Positive Discipline Association (PDA – EUA), e fundou a Parentallis, a primeira empresa brasileira focada em parentalidade consciente e saúde mental parental.
A empresa fornece suporte abrangente a pais e cuidadores, fortalecendo o núcleo familiar através de práticas de parentalidade consciente dispensando a ideia da maternidade e paternidade “instintiva”.
“É preciso estudar para ser pai e mãe” afirma Fernanda. “Cuidar dos pais é revolucionar o cuidado com os filhos”, complementa.
Fernanda conta que a experiência no ambiente corporativo abriu seus olhos para enxergar uma lacuna. “Especialmente após a pandemia, as empresas passaram a falar mais sobre saúde mental, mas nada focado na parentalidade consciente. Por isso, percebi a oportunidade de fundar a Parentallis”. A empresária explica que o conceito de parentalidade é relativo de pai e mãe. “A Parentalidade Consciente, por sua vez, permeia todo o trabalho dos pais por um papel mais consciente e conectado na criação dos seus filhos. E a ciência embasa tudo isso”.
A fundadora da Parentallis explica ainda que educar filhos de forma positiva e respeitosa é um trabalho abrangente que aponta para o caminho do meio termo. “Nem a permissividade e nem a agressividade”. Atualmente, as gerações de pais, e também os que pretendem ser, estão mais dispostas a entender e a adotar práticas de educação respeitosa, segundo Fernanda. Porém, há um longo caminho, porque tem “muita gente que busca referências e fórmulas mágicas por uma simples pesquisa na internet”, constata.
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Fernanda explica que a Parentallis também leva consultoria para empresas e escolas.
Ela e sua sócia, Mariana Lacerda, que é doutora em saúde da criança e adolescente, criaram a Assistência Parental, com soluções para os mais diversos dilemas que envolvem a educação e criação de filhos, e que é distribuída por meio de parcerias com seguradoras, corretoras de seguros e operadoras de saúde.
“Temos dois caminhos: Ações institucionais para as empresas, onde os o foco são os colaboradores, e os serviços elaborados para pais e responsáveis dos clientes e consumidores dessas empresas”
Além disso, criamos um programa completo para escolas que vai desde a capacitação de professores e educadores, às ações com as famílias para criamos uma comunidade mais conectada e que verdadeiramente olhe para as necessidades das crianças e dos adolescentes. Tudo isso, no contexto da educação respeitosa ou seja, parentalidade consciente.
O modelo de afinidades e parcerias acompanha a carreira profissional de Fernanda. 90% do período em que trabalhou em seguradoras e corretoras de seguros foi dedicado a isso. “Como não desperdiçar esses 25 anos de trabalho?”, indagou-se antes de abrir seu próprio negócio.
Parentalidade consciente é lei
Preocupar-se com a criação hoje é mitigar os riscos no futuro. O pesquisador do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS), Matías Mrejen, revelou, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados em 2022, que os casos de depressão entre jovens de 18 a 24 anos quase dobraram entre 2013 e 2019.
Fernanda conta que frear essa tendência de crescimento é um dos grandes propósitos do seu trabalho. “A desconexão entre pais e filhos contribui para essa estatística. Com acesso a informações reais, os pais passam a observar melhor o seu filho e se conectar verdadeiramente com eles, abastecendo-os emocionalmente”.
Publicada no Diário Oficial da União de 21 de março deste ano, a lei 14.862/24 institui a parentalidade positiva e o direito ao brincar como forma de prevenção à violência contra crianças. “Basicamente, a nova lei coloca toda a sociedade como agentes na criação de estratégias para mitigar violências contra crianças e adolescentes, estabelecendo um relacionamento fundamentado no respeito e na não violência. Ou seja, estamos falando de acolhimento, vínculo, conexão, apego seguro e tantos outros nomes que podemos dar para as ações que fazem a criança se desenvolver em segurança (física, mental e emocional)”, conclui Fernanda.