Alessandro Acayaba de Toledo diz que a impossibilidade de correção financeira justa pode provocar a descontinuidade de vários serviços por causa das dificuldades que o setor enfrenta
As operadoras de planos de saúde tiveram um prejuízo operacional de cerca de R$ 10,7 bilhões em 2022, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Considerando apenas as que oferecem a modalidade de plano de saúde individual/familiar, 70% registram prejuízo em 2022. A ANS acaba de anunciar que limitou em 9,63% o índice de reajuste para os planos de saúde individuais e familiares regulamentados. Em 2022, o índice de correção havia sido de 15,5%.
Para o presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB), Alessandro Acayaba de Toledo, esse índice não é suficiente para cobrir as despesas assistenciais suportadas pelas operadoras no último ano. “Tendo em vista que a utilização do planos tem se mostrado maior que em outros períodos”, afirma.
A sinistralidade, indicador determinante para definir os índices anuais de reajuste, alcançou o patamar de 87,43% no último trimestre de 2022. “No reajuste, os planos de saúde consideram todos os custos da prestação de serviço, incluindo a utilização da cobertura assistencial pelo beneficiário, diferente da inflação que considera apenas a variação de preços”, pondera Toledo.
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Reajuste x Orçamento
A Pesquisa ANAB de Assistência Médica, identificou que 47,5% dos beneficiários precisaram ajustar o orçamento para manter o plano de saúde. Existem duas possibilidades que podem auxiliar o consumidor, caso o aumento comprometa a renda da família. A primeira é tentar negociar diretamente com a operadora do plano de saúde que é direito do consumidor, o downgrade, que permite a redução na abrangência da cobertura e rede credenciada.
Para o presidente da ANAB, no reajuste do próximo ano serão considerados os efeitos da definição do rol de procedimentos como exemplificativo e a inclusão de medicamentos, como o Zolgesma, com um custo de R$ 6 milhões. “Sem previsibilidade e com a cobertura obrigatória de novos tratamentos, o impacto será enorme para as operadoras, como um efeito cascata e com o custo sendo repassado para todos os consumidores”, finaliza Alessandro.
Leia, por fim, a 33ª edição da revista: