Veículos híbridos também apresentam alta e refletem o crescimento das vendas no Brasil; saiba quais são as particularidades dos seguros para esses automotores
Exclusivo – A demanda pelo seguro de carros elétricos no país cresceu 507% entre abril de 2023 e o mesmo mês deste ano. Nesse período, a procura pela proteção dos veículos híbridos também saltou, em 30%. Os números foram levantados pelo Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA), estudo produzido pela empresa de tecnologia TEx e que reflete o cenário da crescente venda desses automotores no país.
No primeiro semestre de 2024, foram registrados 79.304 emplacamentos de veículos eletrificados (elétricos e híbridos), segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico (ABVE). O montante representa um aumento de 146% frente aos seis primeiros meses do ano passado. Desse modo, isso reforça a expectativa da associação de chegar até dezembro com o recorde de mais de 150 mil carros vendidos no ano.
O IPSA mostra, ainda, os três modelos híbridos e elétricos mais cotados pelos clientes em um ano:


Além do aumento no número de cotações, o estudo da TEx identificou uma queda nos valores do seguro, tanto para elétricos quanto para híbridos. Enquanto o primeiro ficou 27% mais barato, o preço do último caiu 21%.
Os desafios de produzir um seguro de carros elétricos
Mesmo com o crescimento das vendas desses veículos, nem todas as seguradoras disponibilizam cobertura para eles. Uma das razões é o preço elevado das baterias, que representam até 70% do valor dos carros. Além disso, a complexidade e a disponibilidade de peças, bem como as incertezas do comportamento desses modelos na ocorrência de sinistros são fatores que prejudicam a análise das companhias.
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O corretor Julio Morato, fundador da J Morato Consultoria e Corretora de Seguros, passou a comercializar proteções para veículos eletrificados. Ele explica que as coberturas são semelhantes aos carros movidos à combustão e, portanto, nada muda no momento da venda.
Por outro lado, as diferenças começam a aparecer nos serviços pós-venda, como no atendimento de assistência 24h. “As seguradoras devem indicar as oficinas especializadas nesse segmento. Na hora do sinistro isso vai ser primordial”, avalia Morato.
Por isso, o corretor observa que algumas companhias estão mais cautelosas, preferindo esperar para observar o comportamento de sinistralidade antes de ajustar suas políticas e prêmios. “Já outras seguradoras podem ter mais apetite para segurar carros elétricos e híbridos, buscando expandir sua base de clientes nesse segmento”.
Por fim, as seguradoras vão necessitar de treinamento especializado para lidar com os sinistros. Desse modo, o valor do seguro pode ser afetado, pontua o fundador da J Morato. “Portanto, enquanto as coberturas básicas podem ser as mesmas, esses fatores específicos podem resultar em prêmios de seguro diferentes para carros elétricos e híbridos em comparação com veículos movidos à combustão”, conclui.