Em entrevista ao vivo, Arley Boullosa e Márcio Raggi mostram como a transformação digital exige mais que tecnologia: requer cultura de dados e escuta ativa das seguradoras
Os experientes profissionais Arley Boullosa e Márcio Raggi levantaram pontos sensíveis sobre os desafios da transformação digital na corretagem de seguros. Ambos participaram da edição #55 do Seguro em Debate, podcast de entrevistas da Seguro Nova Digital que aconteceu ao vivo na tarde de ontem, 3. Os corretores destacaram a importância de adotar ferramentas tecnológicas, mas também chamaram atenção para a necessidade de maior apoio das seguradoras na jornada de digitalização dos corretores.
Segundo Arley Boullosa, ainda há um número expressivo de corretores que atuam sem um sistema de gestão ou multicálculo. “Tem muito corretor que ainda faz cálculo seguradora por seguradora. A maioria não alimenta suas redes sociais com frequência. Isso não é só culpa do corretor — falta apoio e orientação”, afirma.
Além disso, o especialista criticou a baixa escuta por parte das seguradoras na hora de desenvolver ferramentas. “Participo de nove grupos de corretores no WhatsApp e recebo reclamações básicas, muitas vezes relacionadas à usabilidade de sistemas. As seguradoras criam ferramentas sem consultar os profissionais que as usarão. Falta um movimento conjunto, mais diálogo e cocriação.”
Nesse ínterim, Márcio Raggi destacou a importância da cultura de dados e compartilhou a trajetória da Tatu Seguros, corretora da qual é sócio. “Desde 2007 não usamos papel. Foi um desafio imenso na época. O mais difícil foi simplificar tudo e unificar os processos. Hoje, o dado é nosso bem mais valioso. A corretora não tem nada além de uma base de dados bem estruturada”, explicou.
Por fim, o episódio do Seguro em Debate reforça que a digitalização não se resume ao uso de ferramentas, mas envolve mudança de mentalidade, revisão de processos e colaboração ativa entre todos os agentes do setor.