Apólices novas chegam a 6,2% no seguro auto e 10,2% no seguro de moto, reforçando o peso do histórico do segurado na precificação
O tipo de contratação voltou a ser decisivo na formação do preço do seguro em outubro. Segundo o Índice de Preço do Seguro de Automóvel e Moto (IPSA + IPSM), desenvolvido pela TEx, parte da Serasa Experian, apólices novas registraram 6,2% no seguro auto e 10,2% no seguro de moto. Enquanto isso, as renovações, tanto com a mesma corretora quanto com outras, ficaram abaixo desses níveis. O comportamento reforça como o histórico do segurado exerce peso direto na precificação e amplia a diferença entre contratações de primeira vez e renovações.
IPSA recua pelo segundo mês; IPSM se mantém alto, porém estável
Entre outubro de 2024 e outubro de 2025, o índice do seguro de carro passou de 5,4% para 4,9%, aprofundando o ciclo de queda iniciado no meio do ano. Já o seguro de moto avançou de 9,5% para 9,7%, permanecendo acima de 9% ao longo de 2025, após o pico de 10,1% registrado em julho.
Para Emir Zanatto, Head de Seguros da Serasa Consumidor, o setor segue dividido. “O seguro de carro mostra acomodação e queda gradual, enquanto o seguro de moto segue pressionado, refletindo perfis de risco persistentes e uma dinâmica própria do segmento”.
Gênero, estado civil e idade geram diferenças relevantes
No seguro auto, os homens registraram 5,1% e as mulheres, 4,6%, o menor valor do ano entre elas. No seguro de moto, o índice masculino ficou em 9,9% e o feminino subiu para 9,2%. Entre solteiros, os maiores percentuais permaneceram entre homens (6,1% no auto e 11,3% na moto) e mulheres (5,7% e 10,0%, respectivamente).
A faixa etária reforça o padrão: jovens de 18 a 25 anos seguem no topo (8,7% no auto e 15,4% na moto), enquanto motoristas de 56 anos ou mais registraram as menores taxas: 3,9% no IPSA. Já no seguro de moto, a diferença entre jovens e idosos chega a 8,9 p.p.
A análise por gerações mantém a hierarquia histórica: Geração Z com os maiores índices e Baby Boomers com os menores.
Localização permanece como fator decisivo
A região metropolitana do Rio de Janeiro segue com os maiores índices do país: 6,5% para carros e 13,8% para motos. Belém apresentou os menores valores, com 3,3% e 6,2%, respectivamente. Na prática, o seguro auto no Rio foi 97% mais caro do que em Belém, e o de moto, 123% superior.
Idade do veículo, valor FIPE e combustível moldam o preço
Carros entre 6 e 10 anos lideraram novamente os maiores percentuais (6,8%), enquanto veículos zero km apresentaram o menor índice do IPSA: 3,0%. Já pelo valor FIPE, modelos entre R$ 31 mil e R$ 50 mil registraram 8,2%, contra 2,9% para veículos acima de R$ 150 mil.
No recorte por combustível — considerando veículos de até dois anos — elétricos mantiveram o maior índice (4,6%), seguidos por gasolina (3,6%), diesel (3,1%) e híbridos (2,8%). A gasolina segue predominante, com 86,9% da frota segurada avaliada.
Modelos mais cotados refletem o comportamento de mercado
Entre os automóveis mais cotados no TELEPORT, o Chevrolet Onix liderou com 4,6%, seguido por Hyundai HB20 (3,8%), Jeep Renegade (3,8%), Nissan Kicks (3,7%) e Volkswagen T-Cross (3,2%). Nos híbridos, o BYD Song liderou com 32,3%, seguido por GWM Haval (27,1%) e BYD King (8,7%). Entre os elétricos, o BYD Dolphin manteve ampla liderança, com 68,5%.
Mercado avança em ritmos distintos
O IPSA + IPSM de outubro evidencia um mercado dividido: enquanto o seguro auto avança para um ciclo mais previsível e de leve recuo, o seguro de moto permanece sustentado em patamar alto, influenciado por fatores estruturais e perfis de risco mais elevados. Por fim, os recortes demográficos, geográficos e de contratação continuam determinantes para explicar essas trajetórias.






