Profissionais capacitados garantem seguros inclusivos e brasileiros mais conscientes

Formação e capacitação de profissionais proporcionará à sociedade brasileira avanços em proteções familiares por meio de investimentos

Entre os séculos XVIII e XIX a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra redesenhou os modelos de produção da economia. Gradativamente, ao longo dos seus 80 anos, o fenômeno diminuía a necessidade da mão de obra do trabalhador e dava espaço às máquinas, que produziam mais e em menos tempo, o que serviu como uma luva para as demandas do capitalismo. Os profissionais da época, com receio de perder espaço nas indústrias, precisaram se aperfeiçoar para manusear os novos componentes de trabalho e garantir o sustento dos seus dependentes.

Mais de um século depois, o sistema econômico precisou novamente se reestruturar, principalmente após o surgimento da internet. No mercado de seguros, os profissionais, assim como os trabalhadores das grandes indústrias de meados de 1840, enxergaram pela frente um cenário sem muitas certezas, mas repleto de oportunidades.

“Se as pessoas não se modernizarem, certamente será o fim da sua atividade profissional”, analisa Mario Pinto, Diretor de Ensino Superior da Escola de Negócios e Seguros (ENS). Para o Diretor, os profissionais do mercado, sobretudo os corretores, devem se aliar à tecnologia, assim como os trabalhadores fizeram com as máquinas na revolução. “Para não ser atropelado pelas ferramentas inovadoras, os agentes do setor devem saber usá-las a seu favor. A mudança de comportamento é questão de sobrevivência: ou você se ajusta à nova realidade ou será varrido por ela, independentemente da sua idade”, completa.

Mario Pinto, Diretor de Ensino Superior da ENS
Mario Pinto, Diretor de Ensino Superior da ENS

O modelo de distribuição de seguros no Brasil passa por um momento de transição nunca antes visto. Em setembro deste ano, por exemplo, a Susep licenciou 11 startups para criarem, em conjunto com as seguradoras, proteções atraentes e inclusivas. Embora as companhias já estudassem diferentes formas de seguros, elas ganharam apoio das insurtechs, que geralmente são compostas por colaboradores que já conhecem do assunto.

Essas mudanças corroboram com o comportamento do consumidor, que segundo Pinto, começou a perceber que o seguro em sua vida é necessário.

“As pautas constantemente debatidas sobre o setor refletem em maturidade dos brasileiros. A percepção de que os problemas acontecem tem crescido nos últimos anos, inclusive na pandemia”, salienta.

As mudanças de comportamento do consumidor acompanham as tendências de flexibilização regulatória. Daniela Paschoal, professora e advogada especialista em direito no seguro, alerta que simplificar e flexibilizar as coberturas tornará o seguro mais compreensivo aos olhos do consumidor. A participação do setor no PIB é de 3,8% com potencial de dobrar de tamanho nos próximos anos. Segundo Daniela, isso só será possível promovendo mudanças regulatórias “necessárias para o crescimento da cultura do seguros”, opina.

A especialista acredita que um mercado mais flexível fortalece a cultura de inovação das seguradoras e dá poder para que o corretor trabalhe com coberturas mais personalizadas. “Este é o momento do consultor se especializar ainda mais, mostrando valor agregado. Será o corretor especialista parte ativa na construção da solução que mais atenda o segurado”, frisa.

Daniela Paschoal, professora e advogada especialista em direito no seguro
Daniela Paschoal, professora e advogada especialista em Direito no seguro
Profissão que atravessa fronteiras

O setor de seguros tem seu próprio “modus operandi”, mas o conhecimento gerido dentro dele pode ser explorado de outras maneiras. Logo, o profissional, por meio de cursos oferecidos pelas instituições de ensino, aprende também a ser gestor. É o caso de Daniel Bortoletto, CEO da Regula Sinistros, empresa que fornece soluções para corretoras. O empresário é corretor de formação, mas em 2017 criou a companhia, que hoje possui clientes espalhados por todo o Brasil. 

“O curso de corretor de seguros me ajudou a conhecer as oportunidades que esse setor oferece ao profissional”, lembra Bortoletto. Mesmo apto a exercer a profissão, ele aprimorou seus conhecimentos ao fazer o Curso de Administração com Ênfase em Seguro pela ENS, que deu embasamento teórico para fundar sua empresa.

Daniel Bortoletto, CEO da Regula Sinistros
Daniel Bortoletto, CEO da Regula Sinistros

Na análise de José Antônio Varanda, Coordenador de Administração da ENS, essa característica de expansão de conhecimento que o próprio mercado propõe deve atrair mais profissionais ao longo do tempo.

“As possibilidades de negócios são enormes, mas ainda pouco exploradas. É preciso mostrar para o indivíduo que o seguro é uma necessidade natural dele. Para isso, quanto mais profissionais estiverem dispostos a ingressar nesse segmento, maior será a expansão dele”, observa.

Empreendedores por natureza, os agentes disseminadores de proteção à vida, à saúde, à família e aos bens da população têm grandes oportunidades de crescer profissionalmente. “Nos cursos de capacitação, o corretor aprende várias soluções fora dessa área. Por isso, o profissional tem uma visão ampla da atividade de seguros para começar a ver um horizonte dentro da empresa dele”, explica Varanda.

José Antônio Varanda, Coordenador de Administração da ENS
José Antônio Varanda, Coordenador de Administração da ENS

Em concordância com Varanda, Antonio Camano, professor da ENS e Consultor de Previdência e Seguro de Vida, diz que a graduação, formação técnica e MBA da instituição agrega valor ao aluno, abrindo um campo de conhecimento em outras áreas. “A primeira coisa que um corretor deve fazer quando tira a Susep é um MBA. A especialização faz com que o formando tenha capacidade de se tornar um executivo de alto grau de conhecimento”, recomenda.

Na análise do especialista, o trabalhador capacitado nunca perde espaço para os adventos tecnológicos. “O bom profissional vai continuar no mercado ganhando dinheiro. Só terá crescimento na sua profissão quem se preparou por meio de estudos”, pondera.

Antonio Camano, professor da ENS e Consultor de Previdência e Seguro de Vida
Antonio Camano, professor da ENS e Consultor de Previdência e Seguro de Vida
Incluir o seguro na vida das pessoas

O papel social do segmento é colocado à prova quando as estatísticas mostram a sua baixa penetração. No Seguro de Vida, por exemplo, o levantamento inédito feito pelo Ibope em parceria com a Prudential, em 2019, mostrou que 15% da população brasileira é beneficiária dessa proteção.

No entendimento do Diretor de Ensino Técnico do Sincor-RJ, Arley Boullosa, existem variações de fatores que contribuem negativamente para a penetração das carteiras na sociedade. Segundo ele, além dos problemas financeiros das famílias brasileiras, muitos corretores deixam de se capacitar. “Enquanto não tivermos agentes mais preparados, com capacidade de investimento em marketing e em tecnologia, o mercado não vai andar”, alerta.

Além disso, Boullosa destaca que as companhias têm um importante papel na elaboração de produtos cada vez mais personalizados, com o intuito de atender um público maior.

“Seguradoras precisam ajudar para que produtos com ticket baixo possam ser vendidos diretamente nos sites das corretoras com apenas alguns cliques”. Segundo ele, não se pode ter o mesmo trabalho para vender um Seguro Residencial e um Seguro Auto. “Muitos consultores não comercializam porque o operacional se torna caro demais e não vale a pena”
Diretor de Ensino Técnico do Sincor-RJ, Arley Boullosa
Diretor de Ensino Técnico do Sincor-RJ, Arley Boullosa

Mesmo mostrando-se resiliente a depressões macroeconômicas, o segmento ainda é pouco atrativo aos jovens prestes a iniciar sua carreira. No Brasil, a distribuição de corretores condiz não só pela importância econômica das cidades ou pelo tamanho populacional, mas também pela pouca conscientização na maioria das regiões.

Em 2019, um levantamento realizado pela Fenacor mostrou que no país há um corretor para cada grupo de 4,1 mil pessoas. Em São Paulo, maior estado provedor econômico do segmento, tem um consultor para um grupo de aproximadamente dois mil habitantes. Já no Rio de Janeiro, segundo maior gerador de receitas do setor, existe um corretor para atender a 1.054 cariocas e fluminenses. Dos quase 100 mil profissionais habilitados, 80% pertencem à região Sudeste.

Esses dados estão longe das expectativas de Sidney Dias, Diretor da Conhecer Seguros, instituição que desenvolve cursos inovadores aos agentes do segmento. Segundo ele, o ideal seria “um consultor de investimento para cada família a fim de organizar a proteção em função dos riscos que aquelas pessoas enfrentam”. Dias reconhece que é uma realidade distante, mas essa lonjura deve diminuir com mais profissionais capacitados.

Nesse processo de metamorfose do segmento, a participação dos professores e mentores ganhou ainda mais relevância. Os meios de aprendizados estão à disposição, levando a crer que só não se especializa aquele que perdeu interesse por um dos mercados que mais possui potencial de crescimento no país. “Para ser um profissional de excelência, deve-se ter paixão pelo que faz”, finaliza Dias.

Sidney Dias, Diretor na Conhecer Seguros
Sidney Dias, Diretor na Conhecer Seguros

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