O mercado brasileiro de seguros distribuiu quase R$ 7 bilhões em indenizações por mortes decorrentes da Covid-19 entre abril de 2020 e maio de 2022, de acordo com levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. Os números se referem a indenizações em seguros de pessoas, o que inclui diversos ramos.
A maior parte dos sinistros aconteceu no ano passado, marcado pela segunda onda da pandemia no Brasil. Ocorrida em um período de vacinação ainda incipiente, a onda foi muito mais letal que a primeira e as seguintes, que atingiram o País em momentos em que a imunização contra a doença estava mais avançada.
Em todo o ano de 2021, foram pagos R$ 4,8 bilhões em indenizações, segundo os dados da Fenaprevi. Em 2020, de abril a dezembro, os pagamentos foram de R$ 1,1 bilhão. Neste ano, mesmo com a redução das mortes causadas pela pandemia, o volume de janeiro a maio foi expressivo, de R$ 760 milhões.
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Especificamente no seguro de vida, um dos mais atingidos, dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) compilados pelo Bank of America mostram que, em abril deste ano, a sinistralidade foi de 35%, 30 pontos porcentuais abaixo do índice registrado no mesmo mês do ano passado, no auge da segunda onda.
Desde o começo do ano, os índices de acionamento dos seguros no ramo ficam entre os 34% e 36%. A variante ômicron do coronavírus não levou a uma nova disparada nos pedidos de indenização, de acordo com as seguradoras. De todo modo, há um atraso entre a morte e a classificação do sinistro, na seguradora, como relacionado à pandemia.
Nos primeiros meses deste ano, outros ramos têm sido fonte de preocupação para o setor. No seguro rural, afetado pela seca na Região Sul do País, os sinistros atingiram um pico de 81% em janeiro, mas caíram para 39% em abril.
No seguro automotivo, a inflação da tabela Fipe, utilizada para calcular o valor das indenizações, somada à volta da circulação nas grandes cidades produz pressões desde o final do ano passado. Em abril, a sinistralidade no ramo chegava a 71%, ante 55% em abril do ano passado.
Fonte: Estadão
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