Qual o impacto das seguidas quedas da Selic para o mercado segurador?

Qual o impacto das seguidas quedas da Selic para o mercado segurador

Escrito por: Ricardo Rodrigues, editor do blog Seguros e Etc.

Na última reunião do Conselho de Política Monetária (COPOM) do Banco Central, realizada na última quarta-feira, dia 5 de Fevereiro, foi definida a redução da taxa Selic de 4,5% para 4,25% ao ano, com viés de queda de acordo com analistas do mercado, podendo chegar a 4% até o fim do ciclo de redução.

A expectativa é que um ciclo de elevação deve se iniciar apenas em 2021, ainda condicionado ao comportamento da inflação.

Como bem sabemos, os investimentos de renda fixa, aqueles em que a rentabilidade já é pactuada no momento da aplicação, são norteados pela Selic, que por sua vez tem a função primária de estabelecer a remuneração dos títulos da dívida pública.

Com a decisão do Conselho, os investimentos em renda fixa continuam seguindo a tendência de queda nas suas respectivas rentabilidades, fazendo com que fiquem mais vantajosos os investimentos em renda variável, que possuem maior risco de mercado e liquidez.

Como isso impacta o mercado segurador?

Assim como os bancos, as empresas de capitalização e as entidades de previdência privada e fundos de pensão, os seguradores possuem o status de investidores institucionais, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esse status dá a essas entidades acesso a determinados produtos financeiros de investimento, que possuem condições diferenciadas em termos de risco, rentabilidade e diversificação de ativos.

No entanto, os integrantes do mercado segurador, mesmo fazendo parte desse seleto grupo, possuem limitações na alocação de seus recursos em certos tipos de investimentos por determinação da SUSEP, que supervisiona os balanços das companhias.

Um exemplo é a limitação existente para investimentos em derivativos, que só podem fazer parte da carteira da companhia se tiverem como objetivo a proteção contra grandes perdas e oscilações bruscas de mercado.

As companhias seguradoras possuem maior liberdade regulatória para investir em ativos de renda fixa com classificação de crédito positiva, como papéis de instituições financeiras sólidas e títulos da dívida do governo, o que acaba por resultar numa carteira mais conservadora.

Essa regulação existe de forma a evitar o excesso de alavancagem do risco de solvência, que pode prejudicar a totalidade do mercado, com efeitos nocivos no sistema financeiro nacional e ao consumidor final.

No balanço patrimonial de uma companhia seguradora, há uma linha que possui uma importância muito elevada dentro do contexto econômico-financeiro da companhia, às vezes responsável por suavizar um resultado negativo ou mesmo neutralizá-lo.

É a linha do resultado financeiro, que contabiliza os ganhos financeiros oriundos de aplicações que a companhia detém.

Com a queda da Selic, as companhias terão que planejar uma dependência menor das suas aplicações financeiras para obter resultados positivos, já que essas terão maior limitação de rentabilidade, dando ênfase à eficiência de suas operações, de forma a aumentar o volume de prêmios e diminuir despesas.

Há de se destacar também a necessária mudança de mentalidade dos gestores de fundos de previdência, que possuem a tarefa de encarar o desafio de entregar rentabilidade satisfatória aos beneficiários dos planos num cenário de sistemática queda de juros.

Estamos vendo a ascensão de um novo cenário macroeconômico no Brasil, onde os players do mercado segurador terão que se adaptar para obterem sucesso.

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