Prêmios globais de seguros para a proteção contra catástrofes naturais devem aumentar em 50% até 2030, “colocando ainda mais pressão sobre o mercado”, apontou estudo
Mais da metade dos US$ 19 trilhões comprometidos com o financiamento da transição climática até 2030 serão destinados a coberturas de seguros. A Howden e o Boston Consulting Group publicaram em conjunto uma pesquisa sobre o papel do seguro na mobilização da transição climática. A crescente demanda significa que as companhias globais devem envolver o setor no início de seu planejamento de gerenciamento de riscos climáticos com coberturas de longo prazo.
Em paralelo, os prêmios de seguro para resiliência climática e proteção contra catástrofes naturais devem aumentar 50% até 2030, chegando a US$ 200-250 bilhões como resultado do aumento das perdas anuais causadas por eventos climáticos, do crescimento acelerado das exposições, da divulgação de riscos climáticos e da transferência de riscos dos governos para os mercados privados.
Esses estresses exercerão uma pressão estrutural sem precedentes sobre os sistemas de seguro nos mercados público, privado e mútuo, e não há garantia de que o mercado atenderá a essa demanda.
Rowan Douglas, CEO de Risco Climático e Resiliência da Howden, avalia que o seguro é o alicerce financeiro para reduzir o risco dos investimentos e atrair o capital adicional necessário para mobilizar a transição climática. “O segredo é desenvolver parcerias de longo prazo com as seguradoras para desenvolver conhecimento e confiança compartilhados e otimizar o acesso futuro à escassa capacidade de subscrição. A alternativa é um convite ao risco de avaliação climática”.
NOTÍCIAS DE SEGUROS NO SEU WHATSAPP
Transição climática e setor de seguros: uma parceria de longo prazo
Para garantir o acesso à proteção do seguro, a pesquisa pede que os clientes deixem de fazer aquisições anuais e passem a ter uma visão de longo prazo do risco, o que, em colaboração com as seguradoras, poderia levar a uma cobertura plurianual, com soluções de seguro público-privadas e análises prospectivas como base para o desenvolvimento de curvas futuras de risco. Essa abordagem aumentará a bancabilidade e a segurabilidade de novos investimentos e apoiará as empresas a alcançar sua estratégia de transição e maior resiliência climática.
Do lado da oferta, o mercado precisa inovar para atender às crescentes demandas da transição climática e garantir que o seguro permaneça acessível e econômico em todos os setores e regiões. As seguradoras também devem assumir um papel central na discussão sobre a redução de riscos na comunidade financeira para fortalecer a resposta global às mudanças climáticas.
Fonte: Howden