Por: Redação Infocar
Quando falamos em veículos de leilão, temos uma ideia de que estamos falando de veículos em péssimo estado de conservação, e, quase imediatamente, já imaginamos qual tipo de colisão ou acidente o automóvel passou, qual o dano ou a situação que o levou a ser ofertado, geralmente em preços muito reduzidos.
Justamente baseando-se nesta ideia é que a regra, com raras exceções, tornou proibitivo para as companhias a aceitação do risco para veículos com registro de passagem por leilões.
O fator determinante para a não aceitação do risco ocorre justamente pela falta de informações seguras para a decisão. As companhias seguradoras têm acesso ao chamado “RNS” e conseguem ter algumas informações quanto ao estado do veículo no momento do sinistro.
Mas os leilões de veículos não se resumem a apenas este segmento, e, talvez, o próprio RNS não tenha os dados necessários que se desejaria ter para definir determinadas aceitações ou não.
Há tempos esta dinâmica de leilões foi alterada e hoje tornou-se um mercado promissor, que não pode ser desprezado, tanto pelo volume de veículos ofertados, como pelas ferramentas apropriadas que existem para mitigar os riscos de aceitação nos negócios, seja em seguros ou mesmo em financiamentos.
Estudos conduzidos pela Infocar demonstram que mais da metade dos veículos leiloados não tem qualquer dano e podem perfeitamente serem aceitos nas seguradoras, mas a questão é: como ter segurança para essa aceitação?
Na Infocar, nosso lema é “ter informação é sempre o melhor negócio”, e é seguindo exatamente este aprendizado que desenvolvemos todo o trabalho, focado em trazer de forma precisa todas as informações sobre as ofertas de leilão e o estado dos lotes (veículos).
Quantidade de veículos ofertados:
Segundo Viviane Dias, diretora comercial da Infocar, mais de 55% dos veículos ofertados em leilão são elegíveis para as operações de crédito e seguro, visto que as tecnologias em informações desenvolvidas pela empresa reduzem substancialmente os riscos, trazendo informações precisas quanto aos possíveis danos, agregando informações essenciais para a correta precificação do bem.
Entendendo a origem
Primeiramente, é importante entender, de forma geral, a origem destes veículos e os motivos que os fizeram chegar a serem leiloados.
As principais origens destes veículos são as companhias seguradoras, as financeiras, DETRANs e demais companhias de trânsito, união, estados e municípios e, por fim, os leilões judiciais. Atualmente, também verificamos que em desmobilização de frotas (conhecidas como remarketing automotivo) tem sido utilizado este importante canal de venda.
Via de regra, os veículos das seguradoras podem ser frutos de sinistros ou recuperados de furto ou roubo, das financeiras, de busca e apreensão por inadimplência, dos órgãos de trânsito relacionados a apreensões por irregularidades no veículo ou na parte documental, nos leilões judiciais por questões relacionadas a penhora, e, por último, quando categorizado como remarketing automotivo, a origem é de empresas privadas, especificamente de frotas particulares.
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Diferente do que é comentado no mercado em geral, a origem do leilão nem sempre determina o grau de dano do veículo, pois podemos ter um determinado veículo proveniente de seguradora totalmente inteiro (recuperado de furto, por exemplo) e veículos originados de financeira (apreensões por inadimplência, por exemplo) em péssimo estado de conservação.
A Infocar atua na captação dos dados relacionados aos leilões realizados em todo o país, organizando as informações internamente com diversos níveis de verificações, tendo como fase crucial o processamento quanto ao dano apresentado, apontando ao final um score para cada veículo registrado em nossa base.
A regra principal para determinar o score do veículo (lote) é primeiramente pela análise criteriosa das imagens fornecidas pelos leiloeiros, e na esteira da formação deste produto, as imagens são minuciosamente analisadas uma a uma por especialistas com experiência em vistorias veiculares apontando preliminarmente níveis de dados que vão de aparentemente inteiro a sucata.
- Aparentemente inteiro: indícios de avarias ou problemas técnicos;
- Pequenos danos: amassados, riscos e pequenos problemas;
- Médios danos: amassados e peças quebradas, itens mecânicos com problemas de funcionamento;
- Grandes danos: grandes avarias e problemas mecânicos significativos;
- Sucata: perdas muito significativas para o veículo.
Apesar desta análise detalhada não podemos esquecer que uma análise por meio de fotos não pode ser comparada a uma vistoria física do veículo. Portanto, para aumentar ainda mais as probabilidades de acertos nos diagnósticos, cruzamos e complementamos com os dados oferecidos, que em alguns casos informam a sua análise de dano, se são provenientes de enchentes etc.
Como exemplo, podemos citar um dos apontamentos mais importantes e que é verificado durante a análise das imagens dos veículos: a confirmação do acionamento do airbag, o que por si só indica um veículo com grau máximo de dano, mesmo que sua estrutura ou lataria não apresentem grandes problemas.
Neste quesito, o cuidado é apontar ao nosso cliente que tal mecanismo de segurança deve ser verificado, pois não é incomum que pessoas irresponsáveis simplesmente não substituam ou recuperem, o que é proibido por lei.
O artigo 4º da resolução 611 do conselho nacional de trânsito (CONTRAM) diz:
“Não poderão ser destinados à reposição, independentemente do estado em que se encontrem, os itens de segurança, assim considerados o sistema de freios, o sistema de controle de estabilidade, as peças de suspensão, o sistema de airbags, os cintos de segurança e seus subsistemas, o sistema de direção e os vidros de segurança com gravação da numeração de chassi, sendo sua destinação restrita para reciclagem e tratamento de resíduos”
O score Infocar consiste em uma importante ferramenta com o objetivo de potencializar o resultado das empresas, reduzindo custos e aumentando a segurança na aceitação de novos seguros, indicando de forma confiável e consistente o estado físico dos veículos ofertados em leilão, permitindo desta forma uma tomada de decisão eficaz na aceitação do risco.
Em 2021, a frota circulante era de 46.600.000, desse número, a média de veículos com histórico de leilão era de 6.058.000, 13% do número total. Entenda a quantidade média por score.
Os Estados com as maiores participações nos últimos 12 meses (baseado na UF do primeiro emplacamento) foram: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, respectivamente, sendo Roraima e Amapá os estados com as menores quantidades de oferta.
Em suma, considerando a parcela significativa de veículos com passagem por leilão frente a frota circulante, o fato de mais de 55% desses veículos não possuírem danos, além do mercado aquecido por esse perfil de veículo, acreditamos não ser viável para uma seguradora simplesmente abrir mão desse mercado.
O que temos de convicção é que cada vez mais o mercado segurador necessitará de informações mais detalhadas, robustas e com o devido lastro que garanta a veracidade das informações apresentadas, de forma que possa realizar uma análise correta, dimensionando e precificando riscos, possibilitando assim uma correta tomada de decisão.
Amparado por informações cada vez mais detalhadas e pertinentes, as seguradoras podem mitigar os riscos existentes e colher bons resultados nesse universo crescente e promissor, inclusive criando soluções específicas para os veículos com passagens por leilão.
Leia, por fim, a 25ª edição da revista:
