Fonte: IstoÉ Dinheiro
Distribuidora de seguros e produtos financeiros, a Wiz fechou 2019 com os melhores resultados em seus 46 anos de história. Fruto, segundo a empresa, da modernização e governança aplicadas desde 2015, quando entrou na Bolsa de Valores. A companhia nasceu e cresceu à sombra da Caixa, banco estatal que detém, por meio da subsidiária Caixa Seguros, 25% da Wiz. Para continuar a crescer, no entanto, a empresa precisará, literalmente – e com o perdão do trocadilho –, pensar fora da Caixa. Isso porque o atual acordo entre a companhia e o banco vence em 2021 e sofrerá mudanças.
Está prevista pela Caixa a abertura de uma concorrência para gerir a venda, dar suporte às agências e atuar no pós-venda dos seguros. A Wiz está no páreo, mas pode perder espaço para concorrentes, embora queira continuar a parceria com a instituição financeira. Sem dívidas e com R$ 100 milhões nos cofres, a empresa planeja intensificar aquisições, uma estratégia de desenvolvimento iniciada no ano passado. “Devemos estar bem posicionados para continuar sendo o maior parceiro. Vamos entrar com tudo nesse ‘bid’ (concorrência)”, afirma o presidente da Wiz, Heverton Peixoto.
A Caixa Seguridade, que detém a Caixa Seguros, está em fase de formatação de uma proposta para colocar futuramente uma licitação na rua. Ao abrir a concorrência, outros players entram na briga para gerir os seguros do banco. Em jogo, está um comissionamento que atualmente gira em torno de 55%, mas que deve sofrer drástica queda no futuro contrato. Mas a Wiz não está preocupada com isso. “Temos a melhor proposta”, garante Peixoto. A elevada confiança do executivo decorre do fato de ter um time estruturado dentro de agências da Caixa em 410 municípios brasileiros, com mais de 1 mil profissionais. A companhia é responsável por 70% das vendas de seguros habitacionais, além de toda a parte de renovação, rede operacional e integração de processos tecnológicos.
A abertura para outras companhias mostrarem suas habilidades visa a tornar a parceria com a Caixa Seguridade mais rentável para o braço da estatal. Em 2019, a empresa acumulou R$ 1,7 bilhão de lucro líquido recorrente, crescimento de 19,5% em relação a 2018. No segmento de seguros (excluídos os de saúde e odontológicos), o faturamento foi 13,3% maior na comparação ano a ano, com destaque para os seguros prestamista (que cresceu 26%), de vida (+11,6%) e habitacional (+15,3%). Segundo Peixoto, a Wiz tem trabalhado outras ferramentas que estão incubadas ou em desenvolvimento para que, quando forem colocadas em prática, permitam à Caixa dobrar as operações de seguros em um período de 3 a 5 anos. “Teremos forte impacto”, diz o executivo.