José Machado, do Sem Parar; Marina Andrade, da Stone Pagamentos e Claudio Quaglia, do PagBank PagSeguro
Parceria com seguradoras viabiliza essa movimentação, que promete distribuir produtos ao público desassistido
Por: Sergio Vitor Guerra
Atentas aos desafios e as oportunidades do mercado segurador brasileiro, as fintechs ingressam gradativamente no setor. Essa iniciativa é apoiada por diversas seguradoras, que enxergam nelas mais uma forma de aumentar o acesso a produtos de proteção financeira e familiar. Esse tema foi discutido no Insurtech Brasil, evento que reuniu centenas de especialistas em seguros, ocorrido no dia 21 de junho, em São Paulo.
O painel “Bancassurance 3.0: como as fintechs estão mudando os seguros” discutiu o desenvolvimento da cultura do seguro a partir da parceria entre as companhias seguradoras e as fintechs. Uma das convidadas, Marina Andrade, Head de Produtos de Seguros da Stone Pagamentos, contou que a empresa começou a visar clientes com o intuito de vendas pessoais. “A estratégia é democratizar o acesso e agregar o seguro em todas as outras ofertas financeiras”.
As seguradoras estão cada vez mais próximas desses canais, tornando-se parceiras no processo de consolidação deles na vertical de seguros. Enquanto as companhias entendem de produto, as fintechs, segundo Marina, conhecem as particularidades de cada consumidor.
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“A fintech é parceria da população, pois se encaixa no seu nicho e leva um produto anteriormente inacessível. Por isso, a ideia é parar de vender o que existe na caixinha e entregar as necessidades do cliente, conquistando um público que nunca teve acesso”, disse a executiva.
O segmento de seguros cresce anualmente no Brasil, mas o número de pessoas seguradas ainda é baixo se comparado com outros países desenvolvidos. O seguro de vida, por exemplo, chegou recentemente a 15% dos brasileiros. Enquanto isso, nos EUA estima-se que 70% da população possui uma apólice dessa natureza.
Claudio Quaglia, Head de Seguros do PagBank PagSeguro, revelou que quando a fintech iniciou o mapeamento dos clientes, ela entendeu que as necessidades eram mais básicas. Por isso, hoje a maioria dos consumidores são predominantemente das classes C e D. “É um público que por muitas vezes foi esquecido pelo mercado”, disse. Atualmente, a empresa aposta no Seguro Residencial, Vida e Prestamista, seguro do pix e para cartões de crédito, todos com o ticket médio baixo.
“A maior dificuldade é que a gente consiga desenhar produtos que façam sentido, pois o produto tradicional muitas vezes não cabe na vida do cliente. Por isso, com agilidade e flexibilidade é preciso desenvolver proteções que se encaixem no bolso e na vida dos consumidores”, provocou o executivo.
O Head de Seguros do PagBank PagSeguros apontou os desafios no processo de chegar na camada da população desassistida. A princípio, a dificuldade está na pré-venda, ao explicar a importância do seguro na vida de quem a empresa faz a oferta. “Nesse caso, é importante divulgar vídeos explicativos dentro da jornada de contratação digital”, disse. Já o pós-venda, “temos todo o trabalho de um acompanhamento, com o sinistro regulado pela seguradora, mas com o processo sendo acompanhado pela nossa equipe”.
Leia, por fim, a 25ª edição da revista: