José Prado, CEO do Insurtech Brasil, Hamilton Martins, superintendente executivo da Hannover RE, Douglas Gouvea, diretor da Pier, e Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter no Brasil
Advento das empresas digitais de seguros abriu espaço para o mercado ressegurador
Por: Sergio Vitor Guerra
Assim como no universo de seguros, o ecossistema de resseguros também está em evolução e conquistando seu espaço entre as insurtechs. Cada vez maiores, as empresas que têm por essência unir a inovação tecnológica com a jornada do seguros precisam de companhias que possam garantir os seus riscos.
Recentemente, a Pier Seguradora conquistou a licença definitiva na Susep para operar no mercado segurador. Com a autorização, a empresa pode atuar em qualquer ramo de seguros. Douglas Gouvea, diretor da startup, participou do painel “Resseguros e Insurtechs: da oferta de serviços à proteção de capital”, no Insurtech Brasil, encontro que aconteceu no dia 21 de junho, em São Paulo.
Gouvea queixou-se sobre a demora do mercado em entender o tamanho das novas empresas que possuem as mesmas necessidades de companhias já consolidadas. “Levou tempo para entender que a insurtech não é apenas uma seguradora pequena, mas sim uma seguradora nova, com nichos diferentes, que vive no modelo de alta interação e usa a tecnologia para desenvolver produtos de seguro”.
Em amplo crescimento, a Pier passou a estudar resseguradoras que pudessem atender seus interesses. “O broker simbolizou o nosso primeiro contato com o mercado ressegurador, com entendimento dos produtos. Percebemos que com ele tínhamos uma velocidade de interlocução maior para entenderem nossas necessidades”, disse o diretor da Pier.
O broker em questão é Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter no Brasil, braço de resseguros da corretora Marsh McLennan. O executivo, também presente no evento, explicou que o corretor de resseguros é responsável por unir a consultoria de negócios com o design do produto, a fim de ajustar a proteção nos conformes de cada empresa. Para entregar essa proteção bem desenhada às insurtechs, Farme destacou a experiência da resseguradora em outros países.
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“É importante que o ressegurador não venha com uma visão dogmática, com pensamento retrógrado. Mas sim com olhar de inovação, trazendo expertise de outros países para utilizar nas insurtechs brasileiras. O resseguro evoluiu na esteira do desenvolvimento do mercado, mas, ainda hoje, poucas resseguradoras estão capacitadas para operar nesse ambiente inovador”, ponderou o executivo.
A Hannover RE assumiu o desafio da Pier. A terceira maior resseguradora do mundo passou a entender as particularidades das insurtechs e estabeleceu novos negócios na relação ganha-ganha. “Temos um background para analisar os negócios e agregar valor às insurtechs. Nesse processo, abordamos a companhia com o intuito de entender quais eram suas necessidades”, disse Hamilton Martins, superintendente executivo da resseguradora.
De acordo com Martins, os resseguradores montaram equipes específicas para avaliar os negócios dessas novas empresas, com a intenção de ajudar nesses negócios e não somente transferir os riscos como é feito nas seguradoras tradicionais.
O diretor da Pier se surpreendeu com o primeiro contato da resseguradora. “Fiquei impressionado com a qualidade das perguntas feitas pela Hannover e o seu entendimento dos nossos negócios. Sentimos que estávamos falando a mesma língua, com um desejo de fazer negócio de ambos os lados”, comentou Gouvea. A Pier foi a primeira seguradora selecionada no Sandbox Regulatório da Susep. Sua atual experiência em resseguros pode servir de exemplo para outras insurtechs que estão aptas para atuar em um ambiente mais flexível.
Leia, por fim, a 25ª edição da revista: