Texto escrito, originalmente, para a 40ª edição da Seguro Nova Digital
Muitos falam sobre a mudança, a evolução e como isso seria crucial para a nossa indústria. Discutem a baixa penetração do Seguro Auto, que hoje representa menos de 20% da frota total. Em sua imensa maioria, as pessoas que têm seguro possuem apenas uma apólice e muitas vezes por que a empresa contratou.
Dizem que os Seguros de outros ramos deveriam ser mais promovidos e que novas formas de comercialização, mais simplificadas, deveriam ser pensadas e incentivadas.
No entanto, tudo isso, desde que nada mude.
Se a proposta for vender um seguro mais simples, com poucas coberturas, é comum ouvirmos que “está tudo errado”.
Se uma nova empresa ingressa no setor de seguros, devidamente registrada como Corretora e cumprindo todas as formalidades: “Não pode. E os Corretores, cadê a parceria?”
Desde que não mude nada, tudo pode mudar…
Você realmente quer a mudança?
Comecei a escrever para a SND em julho de 2021 com um texto que abordava exatamente o tamanho da “fatia do bolo”, discutindo e competindo.
E realmente, considerando o tamanho atual dessa fatia, pensar nos cenários que mencionei parece desanimador.
Agora, se esses cenários realmente ampliarem o universo segurado e o entendimento da população sobre o Seguro, o que acontece com o bolo?
Mais fatias, mais oportunidades. Se sua Corretora, sua Seguradora forem realmente boas e competentes para quem realmente importa, o Segurado, você só irá se beneficiar.
O setor de seguros, como qualquer outro mercado regulado, tende ao protecionismo. Mas devemos nos perguntar: quem realmente ganha com isso? A história nos mostra que os mercados que se abrem para a inovação e a concorrência saem na frente.
Assim, mais do que propor, eu desafio o setor: vamos mudar, de verdade. Vamos ser protagonistas dessa transformação, adaptando-nos e crescendo com o mercado, em vez de apenas observá-lo passar.
É uma reflexão que, espero, inspire não apenas pensamentos, mas ações transformadoras.
Emir Zanatto é CEO da TEx.