Marcos Coimbra, analista de grandes riscos da Insert Seguros, e Carlos Hermida, diretor executivo da A12 Corporate
Brasil é o segundo país no mundo que mais registra roubo de cargas; estados de São Paulo e Rio de Janeiro estão no topo do ranking
Em um cenário de desafios na segurança, o roubo de cargas mais uma vez se tornou protagonista na cadeia de suprimentos. De acordo com um relatório anual desenvolvido pelo Centro de Inteligência da Overhaul, o Brasil registrou 17.108 mil roubos de cargas em 2023, representando um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior. Com base nos dados coletados, especialistas em gestão de riscos no transporte preveem um crescimento de 1,1% no roubo para 2024, totalizando 17.298 eventos.
O Brasil é o segundo país que mais registra esse tipo de crime. Só perde para o México. O prejuízo gira em torno de 1 bilhão de reais por ano, conforme o levantamento. O alvo dos ladrões, em primeiro lugar, são os caminhões que levam diversas cargas, como o de empresas de comércio eletrônico. Em seguida, cigarros e eletrodomésticos. Foi o roubo desse tipo de produto que mais aumentou.
Enquanto o Nordeste ocupou a segunda posição em 2022, no ano seguinte, o Sul se posicionou como a segunda região com mais ocorrências de roubo de carga. Essa inversão pode estar relacionada às diferentes estratégias adotadas pelos criminosos e ao aumento da vigilância nos estados nordestinos. São Paulo e Rio de Janeiro se mantiveram como os principais contribuintes para os altos números de roubo de carga no país.
É possível se prevenir dos riscos no transporte?
O gerenciamento de riscos no transporte de carga tem como objetivo prever as alterações em todas as etapas de uma operação. Com esse acompanhamento, é possível desenvolver ações, em que é possível eliminar as falhas ou corrigir os danos causados por ela. O rastreamento e o monitoramento minimizam o roubo ou o desaparecimento de cargas de alto valor agregado.
Para as transportadoras, Marcos Coimbra, analista de grandes riscos da Insert Seguros, corretora especializada em seguro de transporte, alerta sobre a importância de investir em, por exemplo, treinamento da equipe, parcerias com empresas de segurança e aprimoramento dos protocolos de segurança. “Essas medidas combinadas garantem soluções personalizadas e eficazes para proteger os negócios dos clientes contra os riscos do transporte de mercadorias”.
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Segundo Coimbra, o papel do corretor de seguros, em qualquer risco, é de fundamental importância. O profissional deve orientar o segurado sobre as melhores práticas de gerenciamento de riscos e comunicar as seguradoras para que viabilize um tratamento mais eficiente para as particularidades de cada caso.
O executivo salienta que a tecnologia desempenha uma função essencial no seguro de cargas. “Recomendamos aos clientes o uso de sistemas de gestão de frota que permitem o acompanhamento em tempo real da localização dos veículos, o monitoramento do comportamento dos motoristas e a análise de rotas. Aplicativos móveis e plataformas online também facilitam a comunicação entre as partes envolvidas, garantindo uma operação mais eficiente e segura”.
Relacionamento com o segurado
A complexidade da carteira de seguro de transporte demanda uma estreita relação entre corretoras e transportadoras. Carlos Hermida, diretor executivo da A12 Corporate, uma empresa do Grupo A12+, revela que a forma de abordagem que a companhia tem com seus segurados vai além da precificação do seguro.
“Identificamos e assumimos nossos clientes como parceiros em nossas operações e, neste contexto, nossa atuação consultiva é traduzida em benefícios que impactam positivamente na taxa do seguro, bem como na otimização dos processos logísticos de nossos clientes. Isso culmina na identificação de valor pelo serviço prestado em detrimento do preço (prêmio de seguro) a ser pago”.
O executivo lembra que a A12 Corporate possui uma parceria com a EULEVO.COM. Desse modo, a junção viabiliza um papel de responsabilidade compartilhada com o cliente em toda a sua operação logística. “A partir deste modelo de negócios, promovemos uma gestão dos processos conforme a necessidade operacional do embarcador. Além disso, oferecemos tecnologia embarcada em toda a operação logística”, conclui Carlos Hermida.