Evento reuniu corretores, securitários e profissionais de seguros em geral
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e o Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne) promoveram, no dia 6 de junho, em Manaus, um Encontro Setorial com lideranças do mercado segurador do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Na ocasião, foi apresentada a visão geral do setor segurador na região no primeiro trimestre de 2024, que foi marcado pela maior procura por produtos oferecidos pelas seguradoras, bem como a sugestão de criação do Seguro Social contra Catástrofe, em análise pelo Governo Federal.
Nos últimos anos, a sociedade tem lidado com o aumento da frequência e da gravidade dos eventos climáticos deixando um rastro de destruição com deslizamentos de terra, desmoronamentos de casas, enchentes, milhares de desabrigados e vítimas fatais. A luz dos acontecimentos como o ocorrido no Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e em outros estados brasileiros, a Confederação tem reforçado a importância de um seguro social para auxiliar as famílias.
O Seguro Social contra Catástrofe prevê a indenização emergencial de R$15 mil por moradia, além de R$5 mil em caso de falecimento, pagos via Pix logo após a decretação do estado de calamidade pelas autoridades competentes. A proposta seria subsidiada por cobrança de R$3 por mês na conta de energia elétrica. As pessoas registradas no CadÚnico estariam isentas, mas também teriam direito as mesmas coberturas.
Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), mais de 90% dos municípios brasileiros foram afetados por algum incidente climático. Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, alertou que a sociedade precisa utilizar esses momentos para refletir sobre como vai lidar com esses fenômenos.
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O executivo frisou que as populações mais vulneráveis são as mais impactadas pelos eventos climáticos e o Seguro Social contra Catástrofe pode redistribuir a conta. “O setor de seguros será pressionado a responder, ou criamos um mecanismo ou sofreremos uma grande cobrança da sociedade”. Dyogo também acrescentou que, hoje, algumas regiões já estão tendo problemas, como Flórida e Califórnia, por terem grande incidência de eventos climáticos, o que não ocorre no Brasil. “É perfeitamente possível incorporar os riscos climáticos no nosso produto”.
A ocasião também foi oportuna para citar a atuação das seguradoras no Rio Grande do Sul. Um levantamento divulgado pela Confederação, já havia apontado a estimativa de pagamentos de indenizações na casa de R$1,6 bilhão. “Esse número será ainda maior, mas isso não é problema, pois as seguradoras possuem reservas técnicas, provisões matemáticas e recursos em caixa para enfrentar essa situação”. Além deste, outros tópicos importantes que estão na agenda prioritária do setor também foram citados como a Reforma Tributária, o PLC 29/2027, a Sustentabilidade e o Seguro Rural.
O presidente da Confederação também mostrou um panorama do setor segurador da Região Norte. De acordo com o último levantamento da CNseg, nos três primeiros meses de 2024 foram pagos mais de R$626,1 milhões em indenizações na Região Norte, excluindo Tocantins, alta de 27,1% se comparado com 2023. O destaque ficou por conta do seguro Automóvel, que cresceu 12,2%, com R$137,6 milhões, e da Capitalização que retornou aos segurados R$235,9 milhões, avanço de 5,6%, em resgates e sorteios.