Com a justificativa de gerar mais eficiência à gestão pública, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) deixou de regular a categoria de corretor de seguros, na última segunda-feira (11). A medida, no entanto, dividiu opiniões entre os profissionais. Diante do tema, os consultores se posicionaram no grupo de WhatsApp exclusivo da Seguro Nova Digital. Confira alguns depoimentos:
Fábio Dias – Fend Corretora
“Há uma preocupação muito grande tanto na manutenção e na valorização dos corretores, quanto na qualidade das vendas. Se todo mundo for autônomo para vender seguros sem know how, teremos vendas mal feitas, ao mesmo passo que o segurado ficará cada vez mais insatisfeitos conosco. Esse cenário, portanto, criará uma mácula enorme na categoria”.
Em entrevista coletiva no EXPO ABGR 2019, Solange Vieira, superintendente da Susep, comentou que o setor está maduro o suficiente para se autorregular. Dias discorda. “Existem muitos corretores e nem todos conhecem os diversos ramos. Sem a regulamentação, o mercado pode perder o controle de si mesmo. Entendo que essa decisão causa instabilidade enorme no setor”, explicou.
Diego Stramaro – Cruze Seguros
“Hoje o seguro é vendido praticamente em todo lugar. O mercado, sem intervenção estatal, se regula por si próprio. Mesmo com a necessidade da tramitação normal para termos a Susep, qualquer um já poderia comercializar seguros”.
Bruna Timbó – LTseg
A diretora executiva da LTseg, Bruna Timbó, entende que a autorregulação agregaria bastante desde que fosse fundamentada e lastreada por dispositivos legais. Ela concorda que a Susep já não possuía agilidade suficiente para proceder com as modificações do mercado.
“Todavia, entendo que ela deveria continuar supervisionada pela SUSEP, não apenas para conferir-lhe a delimitação e contornos necessários, mas também para atribuir às normas eventualmente emanadas desta autorregulação, a autoridade necessária para serem cumpridas.”
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Rodrigo Kihara – Deal Seguros
Já para Rodrigo Kihara, diretor executivo da Deal Seguros, a nova norma é benéfica para o corretor de seguros. “As mudanças geram desconfortos iniciais. Mas a autorregulação será um avanço para o crescimento e profissionalização, tendo a premissa da administração composta por pessoas com grande conhecimento de mercado e com objetivos convergentes”, destacou.
“A profissão está madura o suficiente, pois há anos existe a regulamentação pela SUSEP, com quase 100 mil corretores certificados entre pessoa física e jurídica. A discussão da autorregulação é complexa, pois envolve desde a criação da entidade autorreguladora, normatização e até a fiscalização”.
Kihara elencou quatro benefícios:
- Redução de custos da certificação e manutenção do cadastro ativo;
- Autorreguladora composta por profissionais de mercado, buscando o melhor entendimento e disseminação da uma informação baseado no conhecimento;
- Flexibilidade e agilidade nas alterações de normas e procedimentos;
- Definição clara das penalidades e fiscalização mais efetiva.
Enquanto na opinião de alguns corretores o momento é oportuno, para outros a desregulamentação será prejudicial à categoria. Qual é o seu ponto de vista? Aqui, você, corretor de seguros, tem espaço. Clique aqui e se cadastre no grupo da Seguro Nova Digital.