Fernando Gonçalves, Head de Financial Lines, Garantia e P&C da Argo Seguros
Crise hídrica no Brasil e aumento na conta de luz reforçaram o debate sobre o uso de energia alternativa; consequentemente, o seguro é uma oportunidade para o corretor ampliar sua carteira
Apenas 1,7% dos brasileiros utilizam energia solar. Embora seja um setor que ainda engatinha no país, há uma certa expectativa em torno do seu crescimento. Ficou mais clara a necessidade do uso da energia alternativa após a conta de luz subir 52% em junho deste ano e permanecer na bandeira vermelha patamar dois.
Em entrevista exclusiva à SND, Fernando Gonçalves, Head de Financial Lines, Garantia e P&C da Argo Seguros, contou como a companhia projeta o crescimento desse seguro no país. Atualmente, a seguradora oferece proteções diferenciadas para o seu público, além de incentivar maior participação do corretor na conscientização sobre energia sustentável.
Seguro Nova Digital – Para o melhor entendimento, poderia informar quais são as coberturas presentes no seguro para equipamento fotovoltaicos?
Fernando Gonçalves – Atualmente, a Argo Seguros oferece duas opções diferentes nesse segmento. O seguro de Riscos Diversos – Equipamentos Fotovoltaicos, que é voltado para o proprietário do equipamento; e o Riscos de Engenharia para Instalações Fotovoltaicas, que é direcionado para os instaladores. O principal diferencial do produto está na cobertura exclusiva para proteção de equipamentos ao ar livre, como é o caso dos produtos fotovoltaicos, que ficam sempre expostos as intempéries. Temos ainda uma série de outras coberturas que tornam o produto bastante completo, como por exemplo, contra danos de causa externa incluindo incêndio, raio, explosão, roubo ou furto qualificado.
S.N.D – Esse seguro, presente no portfólio da Argo, é uma aposta. Entretanto, a crise hídrica traz à tona o setor de energia solar. Com que expectativa a seguradora encara o crescimento dessa proteção no país?
F.G – Como o Brasil é um país tropical, entendemos como natural o crescimento do mercado de equipamentos fotovoltaicos. É claro que este momento de crise hídrica ajuda a incentivar o consumo, mas o fato é que se trata de um investimento que se paga no médio prazo. Além de reduzir significativamente o custo da conta de energia, o excedente gerado (e não consumido) retorna em forma de créditos do governo, desde que se cumpram algumas regras. Calcula-se que o retorno sobre o investimento é de cinco anos, em média. Além disso, o preço dos painéis solares caiu cerca de 90% nos últimos nove anos, o que torna a geração de energia pela luz solar uma alternativa bastante viável nesse momento.
S.N.D – A carteira da Argo apresenta soluções para empresas, residências e condomínios?
F.G – Sim. Como tem ficado cada vez mais acessível a compra desses equipamentos, o perfil do consumidor também mudou nos últimos anos. Temos cada vez mais residências, comércios e pequenas indústrias como clientes, que investem na geração de energia para o seu próprio consumo. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o país conta hoje com mais de 390 mil sistemas para captação de luz natural instalados, com crescimento anual de 150% no número de equipamentos, e cobertura efetiva em 90% dos municípios brasileiros.
S.N.D – Ainda pouca gente tem a noção de que a energia solar é um investimento para gerar economia, principalmente neste momento do aumento da conta de luz. É papel do corretor de seguros ajudar nesse tipo de conhecimento?
F.G – O corretor de seguros é nosso principal parceiro comercial e acredito que ele tem exercido um papel cada vez maior como consultor de negócios. Dessa forma, entendo que ele deve aproveitar as oportunidades que surgem no mercado para fomentar novos negócios. Mais do que uma proteção, o seguro é uma ferramenta importante de transferência de risco. No caso dos equipamentos fotovoltaicos, é fundamental contar com uma cobertura que proteja seu investimento, de forma que a sua própria geração de energia pague o custo de aquisição e instalação dos mesmos.
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