Fundado por Regina Lacerda em novembro de 2020, o Clube das Executivas de Seguros de Brasília conta com 111 associadas engajadas em promover debates sobre igualdade de gênero no ambiente de trabalho
No dia 20 de abril de 2017, Regina Lacerda, CEO da Rainha Seguros, abriu um grupo na internet com a pretensão de formalizar uma instituição que representasse as executivas de seguros de Brasília. Inicialmente, o interesse do público foi baixo: nos primeiros três anos, o grupo constituído por cerca de 20 mulheres pouco se movimentou. A falta de assunto, porém, não desanimou a idealizadora, que apesar da agenda de compromissos, nunca deixou o propósito de lado.
O quadro mudou quando o mundo teve que encarar a maior crise sanitária da história, a pandemia de Covid-19. Com o isolamento social, as relações presenciais ficaram restritas a pessoas do mesmo convívio ou para os trabalhadores usuários de transporte público. “Em dois anos, o setor evoluiu dez”, destaca Regina. Enquanto o prazo para o fim da pandemia continuava incerto, o grupo ganhava mais integrantes. “Era angustiante não visitar umas as outras e o grupo de whatsapp facilitou essa comunicação de mulheres para mulheres”, lembra.
Regina afirma que a pandemia sobrecarregou as mulheres que se depararam com compromissos profissionais e domésticos se misturando na sua jornada diária. “A mulher ficou extremamente sobrecarregada, pois ela tem a características de fazer tudo bem feito. Apesar de ser muito acolhedora, ela também precisava ser acolhida conversando com pessoas que viviam a mesma realidade”. A partir de 2020, o grupo passou a reunir 160 profissionais de seguros de boa parte do Distrito Federal.
Formalização
Na contramão dos três anos anteriores, a movimentação das profissionais deu ritmo ao grupo e reacendeu o desejo de criar o primeiro clube de executivas do setor de seguros brasiliense. Durante sua trajetória no mercado, iniciada em 1989, a CEO da Rainha Seguros ouviu comentários inoportunos disparados por agentes de um setor composto majoritariamente por homens.
“Podemos identificar, ainda hoje, certas falas machistas dentro das empresas. Ouço executivas sendo chamadas apenas de ‘meninas’, por exemplo. Por que não nos chamam de executivas, já que também exercemos cargos importantes e os tratamos como ‘executivos’?”, indaga. Por isso, ao pensar no nome do clube, Regina fez questão de utilizar a nomenclatura ‘executiva’ para dar corpo ao Clube das Executivas de Seguros de Brasília.
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Após um ano de dedicação, o CESB, enfim, foi fundado em Assembleia Geral realizada de maneira híbrida, com a participação de importantes personalidades do mercado de seguros, como Cláudia Cândido Diniz, ex-presidente do Sincor-PE e sócia diretora da CWR Bertier Corretora de Seguros. Na ocasião, Regina foi eleita presidente do clube para o triênio que se iniciou em janeiro de 2021, junto com um corpo diretivo composto por 30 executivas.
CESB promove capacitação de executivas
Um dos principais propósitos do clube é qualificar as executivas e impulsionar o acesso delas a cargos de liderança em empresas do mercado de seguros. Para isso, o CESB oferece benefícios como programas de capacitação e de treinamento, convênio de benefícios em oficina mecânica e salões de beleza e descontos em eventos culturais.
Regina destaca a parceria do clube com importantes instituições de ensino do mercado, como a Escola de Negócios e Seguros (ENS) e a Conhecer Seguros: a associada terá 20% de desconto nos cursos oferecidos pelas escolas. “Além disso, a partir de 2023, as associadas vão ganhar o ‘Selo Executiva’, que vai identificar o seu vínculo com o CESB e destacar sua corretora das demais”.
As lives com a participação de executivas de todo o Brasil já se tornaram uma tradição no clube. O conteúdo apresentado se conecta com o público por meio de assuntos atuais e ajuda a projetar nacionalmente o CESB. “Essas iniciativas desconstroem a imagem de que só o eixo Rio-São Paulo contribui para o desenvolvimento do mercado segurador. Hoje o CESB é o maior clube de executivas de seguros do país”, destaca.
Para se tornar uma associada, a candidata precisa estar atuando no mercado de seguros e fazer um investimento anual de R$ 240,00 para ter acesso aos benefícios exclusivos.
As histórias de grupos na internet que se tornaram grandes organizações são cada vez mais comuns na comunicação digitalizada do século XXI. Regina Lacerda, além de fundar o CESB a partir desse panorama, escreve mais um importante capítulo da sua vida profissional.
Leia, por fim, a 28ª edição da revista: