Suposta fala da superintendente da autarquia sobre a morte de idosos vítimas do novo coronavírus ecoou no Congresso
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) propôs à Comissão de Ética um processo para analisar possível comentário da titular da Susep, Solange Vieira, sobre a morte seletiva de idosos que contraíram a Covid-19. Segundo apurou o Estadão/Broadcast na semana passada, Solange teria afirmado que a concentração da doença em idosos poderia ser benéfica à previdência. A fala teria ocorrido em reunião do Ministério da Saúde, em 17 de março. No entanto, a Susep logo agiu a fim de desmentir o ocorrido.
Embora a autarquia tenha negado o suposto comentário, a superintendente provavelmente não será poupada de responder à um processo da Comissão. Para o deputado Ivan Valente, a declaração de Solange é incompatível com a moralidade pública. Além disso, o parlamentar considera que a postura da titular é compartível com a do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). “O relato trazido pela matéria corrobora com a postura oficial do Chefe do Executivo em relação à pandemia”, disse Valente.
Nota de esclarecimento
Na última quinta-feira, 28, a autarquia soltou uma nota negando as acusações à Solange propagadas em diversos veículos de comunicação:
Esclarecemos que as declarações atribuídas a Solange Vieira em recente matéria jornalística sobre a pandemia COVID-19 são inverídicas. Reiteramos que, a convite do então ministro Luiz Henrique Mandetta, a economista esteve em março no Ministério da Saúde (MS), para contribuir com os modelos de projeção decorrente da pandemia utilizados por aquela pasta. Na ocasião, foram observados os cenários apresentados e seus impactos, com foco sempre na preservação de vidas. A economista declara seu repúdio a toda e qualquer ilação que impute a alguma análise proferida juízo de valor em sentido contrário ao direito à vida e à saúde para todos, de qualquer idade, a qualquer tempo. Medidas legais cabíveis sobre o assunto estão sendo analisadas.
Semana conturbada
O presidente da Fenacor, Armando Vergilio, divulgou um documento à imprensa que revelava a articulação da Febraban em extinguir o registro dos corretores de seguros. Na ocasião, a federação dos bancos argumentou à Ministra Carmem Lucia, do Supremo Tribunal Federal, que “vislumbrou na corretagem de seguros espaço favorável para a geração de novos postos de trabalho”. A MP do Contrato Verde Amarelo tinha o intuito de desregulamentar certas profissões, inclusive a dos corretores de seguros. Entretanto, a Medida Provisória embargou no Senado Federal, voltando às mãos do presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido).
Para Armando Vergilio, o documento só endossa sua opinião de que a superintendente da Susep, Solange Vieira, deseja diminuir cada vez mais o número de corretores de seguros no Brasil. “Houve encomenda para acabar com os corretores no Brasil. Ela (Solange) não entende nada sobre seguros, querendo desmontar nossa categoria”, queixou-se.
Sergio Vitor
Leia a sétima edição da revista: