Aon tenta se tornar a maior corretora de seguros do mundo
A corretora de seguros britânica Aon está alegando ter sido vítima de fraude ao adquirir a corretora de seguros e administradora de benefícios brasileira Admix, há quatro anos, por R$ 1,35 bilhão, segundo documentos vistos pela Reuters.
O contrato de venda com o fundador da Admix, César Antunes da Silva, incluía cláusulas que previam o pagamento pela Aon de até R$ 150 milhões dois anos depois da conclusão do negócio se determinadas metas de receita fossem alcançadas. Outros R$ 80 milhões ficaram retidos numa conta “escrow”, uma providência normal em aquisições para garantir problemas posteriores à compra.
Citando declarações supostamente “fraudulentas” e omissões de César Antunes da Silva no processo, a Aon se recusou a pagar em 2018 os valores adicionais nem a liberar os valores restantes na conta escrow, e decidiu pedir ao menos R$ 200 milhões em prejuízos numa arbitragem.
A arbitragem mostra que o negócio desapontou a Aon, que está tentando se tornar a maior corretora de seguros do mundo. Quando a aquisição foi anunciada, o chefe da área de saúde e benefícios da Aon, John Zern, disse que a aquisição dobraria a presença da corretora no Brasil. O chefe da área de Soluções de Risco para a América Latina, Fernando Pereira, disse que a compra no Brasil daria um impulso aos negócios da empresa na América Latina.
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Ambos saíram da Aon desde o negócio. Zern deixou a empresa durante uma reestruturação global em outubro do ano passado e Pereira se aposentou em janeiro deste ano.
A Aon também acusa a Admix de não ter informado sobre processos trabalhistas. Advogados da Aon e de César da Silva preferiram não comentar o assunto, dizendo que a arbitragem é confidencial.
Uma das acusações da Aon na arbitragem é que um dos maiores corretores da Admix estaria intimidando testemunhas, porque o corretor pediu explicações na polícia sobre declarações de funcionários da Aon que o acusaram de fraude em depoimentos dentro da arbitragem. O corretor, Nadjair Diniz Barbosa, e seus advogados preferiram não comentar o assunto.
Por: Reuters