A arrecadação do setor de seguros, mais uma vez resiliente diante de um PIB negativo, deverá fechar 2020 em alta entre 3,5% e 4% e poder voltar à casa de dois dígitos em 2021, se o PIB confirmar a trajetória positiva no próximo ano, com expansão projetada de mais de 3,4%. O prognóstico foi feito pelo presidente da CNseg, Marcio Coriolano, ao participar do webinar “Expectativas e desafios para o setor de seguros no pós-pandemia”, realizado pelo Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindseg N/NE) nesta quarta-feira, 21, ao lado dos Presidentes do Sindseg N/NE, Ronaldo Dalcin, e do Sindseg BA/SE/TO, Alexandro Barbosa.
“Vamos sair ainda maiores do que quando entramos na pandemia”, destacou Marcio Coriolano. Os números positivos do setor, porém, não tornarão menos complexa a tarefa de levar mais proteção aos segurados nos próximos anos, reconheceu ele, ao lembrar que ainda há gargalos de conhecimento sobre a importância do setor segurador, além de limitações geradas pela renda da população, pela trajetória da recuperação econômica e pelo índice de desemprego.
A desaceleração econômica ocorrida prejudica o setor para atingir o seu potencial de crescimento, mas não o impede de atingir taxas mais altas de expansão. Nesse sentido, ele destacou o comportamento de 2019 (PIB cresceu 1,1% no período, e inflação inferior a 4%), quando o setor obteve um crescimento de mais de 12,2% sobre o exercício imediatamente anterior. Na opinião do Presidente da CNseg, esse desempenho tem relação direta com a maior penetração dos seguros nos últimos 10 anos e com o progressivo reconhecimento do seguro como um instrumento efetivo de proteção. “Estamos constantemente rompendo barreiras, apresentando taxas de crescimento acima da inflação ou do PIB na última década”, afirmou ele, deixando claro, porém, que ainda há enormes faixas de público e de negócios sem a assistência do seguro, gerando muitas oportunidades novas.
Marcio Coriolano observou que o atual governo tem dado contribuições importantes para garantir tração ao crescimento futuro do setor, destacando avanços no seu marco regulatório, como o sandbox regulatório e regras de proporcionalidade de solvência de acordo com o tamanho das seguradoras. Disse que um fator importante para a modernização do marco regulatório dos seguros tem sido o alinhamento estreito da Susep com o Ministério da Economia.
A seu ver, há um claro movimento no sentido de que o seguro seja um dos pilares do crescimento sustentado da economia. Em consequência, abrem-se novas possibilidades de expansão do mercado. Dessa agenda, participam tanto a recente reforma da Previdência Social, o novo marco do saneamento e até a perspectiva de privatização do seguro de Acidentes do Trabalho. A cada passo conquistado pelos seguros privados, criam-se condições de desonerar os cidadãos dos impostos que pagam para ter coberturas insuficientes, acrescentou Marcio Coriolano.
O presidente da CNseg comentou que a pandemia afetou o comportamento de ramos e modalidades de seguros de maneira heterogênea, já que a crise de mobilidade que veio como combate à propagação do vírus atingiu de maneira diversa os setores econômicos. Ainda assim, alguns ramos de seguros, depois de abril e maio – os meses mais agudos de queda da economia -, reagiram mais rapidamente, como os seguros Rural, Vida, Residencial e Habitacional. A despeito de números, acrescentou Marcio Coriolano, o importante é que o seguro atinge cada vez mais pessoas, confirma sua solidez financeira, com a manutenção de indenizações na casa dos bilhões, cumprindo o papel de proteger pessoas e negócios, além de ser um dos maiores investidores institucionais, com seus R$ 1,2 trilhão em ativos garantidores, o que representa 27% da dívida pública do País.
PARTICIPE DO GRUPO DE WHATSAPP PARA PROFISSIONAIS DE SEGUROS
Leia, por fim, a 11ª edição da revista: