Alan Leal, da Justos; Gustavo Leança, da Capgemini, e Henrique Maziero, da Planetun
Insurtechs propõem um relacionamento mais estreito entre as seguradoras e as empresas de tecnologia
Por: Sergio Vitor Guerra
A cultura do seguro é uma experiência que vai além de deixar os produtos mais acessíveis à população desassistida. Junto dela, o processo de solidificação desse investimento na sociedade passa pelo comportamento dos segurados, como prevenção de sinistros e práticas de boa-fé.
No Insurtech Brasil, evento que aconteceu no dia 21 de junho em São Paulo, especialistas debateram esse tema no painel ‘Claims: otimizando resultados e melhorando a experiência dos usuários’. Henrique Maziero, fundador e CEO do Grupo Planetun, relatou que uma das grandes preocupações do mercado hoje é a fraude, mesmo sendo praticada por uma parcela muito baixa de segurados. “Mais de 90% dos clientes não tentam fraudar, mas estes ainda passam pela mesma experiência dos fraudadores”.
Maziero defendeu o uso da tecnologia para melhorar a experiência dos consumidores, fazendo com que sejam menos impactados pelas práticas ilícitas no mercado. “Por meio da tecnologia, conseguimos separar os fraudadores dos não-fraudadores”.
Com o intuito de melhorar a experiência do consumidor, em 2016 a Planetun lançou o processo de autovistoria, que ganhou notoriedade durante o período de distanciamento social. “A autovistoria era vista como algo tenebroso, mas na pandemia ganhou força. Esse é um tipo de coisa simples que aprimora a jornada do cliente. Temos uma tecnologia que nos permite ir além”, ponderou o executivo.
O Sistema de Qualificação da Fraude (SQF), ferramenta produzida pela CNseg, reportou no 1º semestre de 2021 que do total de sinistros ocorridos à época, 15% tinham suspeita de fraude. Entretanto, as comprovadas representaram apenas 2%. Compondo o painel, Gustavo Carvalho, líder de seguros da Capgemini, alertou que o processo de análise de fraude gera muitos falsos positivos.
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“Todas as informações geram uma riqueza de dados, que se a seguradora conseguir trabalhar bem, ela consegue escoar o cliente e ser precisa no ponto de vista de análise de quem é o fraudador”, explicou Carvalho.
Prevenção de sinistros
Para diminuir os índices de fraude e melhorar a experiência do consumidor, as seguradoras estão cada vez mais procurando formas de mitigar os sinistros. Segundo o executivo da Capgemini, as companhias, a princípio, devem criar uma capacidade analítica de informações para entender o comportamento do seu segurado. “Os dados das seguradoras estão distribuídos em vários departamentos. Atualmente, não faltam informações, mas sim capacidade de análise delas”, declarou.
No seu ponto de vista, as companhias de seguros precisam contar com o apoio de empresas de tecnologia para acelerar esses processos. “As seguradoras precisam se conscientizar que não precisam fazer tudo dentro de casa”, provocou.
Em concordância com Carvalho, o CEO do Grupo Planetun alertou que os players do mercado segurador deveriam estar mais conectados. “Se cada empresa seguir o seu nicho e juntar tudo isso através das APIs, a gente vai crescer e avançar mais rápido. O papel dos colaboradores de tecnologia é muito importante, pois as novas ferramentas exigem que você se atualize sempre”.
Leia, por fim, a 25ª edição da revista: