Na análise de Antônio Trindade, setor respondeu rapidamente aos efeitos provocados pela pandemia e pelas recentes tragédias causadas por fenômenos climáticos
O Brasil chegou à marca de 700 mil mortes por Covid-19 dentro de um período de três anos. As chuvas no litoral Norte de São Paulo durante o carnaval deste ano provocaram vítimas fatais, deixaram centenas de famílias desabrigadas e ocasionaram em perdas de patrimônios dos moradores. Nestes dois casos, a indústria de seguros se prontificou para o pagamento imediato de indenizações e trabalhou na mitigação dos riscos e na diminuição dos prejuízos dos segurados e de seus familiares.
Essa é a análise feita pelo presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Antônio Trindade. “A cultura do seguro se dissemina um pouco mais a cada notícia que revela o valor da sua atuação na vida e no patrimônio das pessoas e das empresas”, analisa o especialista. As chuvas no Litoral Norte de São Paulo, por exemplo, exigiu uma força tarefa das seguradoras. “O balanço final da comissão de seguro auto da FenSeg ficou em 6,5 mil veículos atendidos”, complementa.
Trindade viu também a rápida reação das seguradoras para se adaptar às mudanças de comportamento conduzidas pela pandemia no Brasil e no mundo. “Como a adoção do home office pelas empresas, e depois o trabalho híbrido, levando ao desenho de novos produtos de seguro empresarial e residencial que se adequassem à nova realidade”, lembra.
Durante a pandemia, as seguradoras passaram a pagar indenizações de Covid-19 mesmo antes de se discutir no Congresso um projeto de lei sobre a obrigatoriedade de pagamento. Até novembro de 2021, as companhias pagaram cerca de R$ 5,7 bilhões em indenizações.
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A mudança climática
As tragédias oriundas de eventos climáticos extremos estão acontecendo com mais frequência no mundo. Em 2022, os desastres naturais resultaram em perdas econômicas globais de US$ 275 bilhões, segundo o relatório global da Swiss Re. Destas perdas, US$ 125 bilhões foram cobertas por seguros. Foi o segundo ano seguido em que as perdas seguradas de catástrofes naturais excederam a marca de US$ 100 bilhões.
“As seguradoras têm mostrado um uso bastante eficiente das tecnologias disponíveis, para garantir o atendimento mais ágil, tanto no resgate de veículos, caso do seguro auto, quanto no pagamento das indenizações”, explica Trindade.
O especialista notou, durante a tragédia no litoral de São Paulo, um envolvimento total das companhias que ele classifica como “trabalho coletivo exemplar”. Na ocasião, as seguradoras colocaram sua estrutura logística para auxiliar o poder público no resgate a vítimas e cooperou com seus concorrentes, trazendo em seu caminhão-cegonha veículos resgatados de áreas críticas da região sem exigir contrapartida.
Na análise de Trindade, o setor de seguros brasileiro vem se comportando bem nos momentos de crise. Desse modo, as ações das seguradoras, corretores e prestadores de serviço ratificam o fortalecimento da imagem do mercado perante à sociedade.
“Em situações como as vividas no litoral norte de São Paulo, e também, mais recentemente, na região metropolitana da capital paulista, ficou evidente para o público em geral a importância de contar com a proteção de um seguro, que colocará sua estrutura para resgatar o automóvel e agilizar o conserto ou mesmo a indenização, em caso de perda total”, finaliza o presidente da FenSeg.
Leia, por fim, a 31ª edição da revista: