Ainda pouco explorado, seguro da avicultura é uma opção aos produtores rurais que estão preocupados em evitar perdas financeiras ocasionadas pela gripe aviária
Um recente surto de gripe aviária em Montenegro (RS) afetou a relação comercial do Brasil com países que adquirem o produto nacional. A exportação de carne e de frango movimentou R$ 49,6 bilhões no ano passado, segundo dados do Embrapa. Além de representar um risco significativo para a produção econômica do país, a gripe do frango, como é popularmente conhecida, afeta significativamente a produção dos empresários do agronegócio.
Companhias do mercado de seguros brasileiro disponibilizam ao produtor uma proteção específica nesses casos. É o que destaca Luiz Carlos Meleiro, Head de Seguros Agrícolas da JDT Seguros, corretora especializada no segmento. “A cobertura pode incluir indenizações por perdas de animais devido a doenças infecciosas. Em caso de abate sanitário obrigatório, o seguro pode compensar o valor dos animais sacrificados”, explica.
Embora casos de gripe aviária sejam considerados eventos raros, as perdas financeiras provocadas por epidemias vêm aumentando, sobretudo na avicultura. Em questão de poucos dias, todo o plantel é infectado, segundo especialistas do Embrapa Suínos e Aves.
“Além da mortalidade direta das aves, os produtores enfrentam custos com medidas de contenção, desinfecção e interrupção das atividades”, ressalta Meleiro. A suspensão de exportações também é um ponto de atenção para toda a cadeia produtiva.

Embora seja uma alternativa ao produtor brasileiro, o seguro rural com cobertura para doenças como a gripe aviária não é considerado básico e nem amplamente oferecido. Segundo o diretor da JDT Seguros, a contratação desse tipo de cobertura requer atenção especial às cláusulas contratuais e, muitas vezes, é necessário buscar seguradoras e resseguradoras especializadas no setor agropecuário para a colocação deste tipo de risco.
NOTÍCIAS DE SEGUROS NO SEU WHATSAPP
Evitando o problema
Além de resguardar financeiramente o cliente, o seguro, aliado a rigorosas medidas de biosseguridade, pode atuar na prevenção dos riscos. “A contratação de seguros adequados e a adesão a programas de vigilância sanitária são fundamentais para reduzir os impactos de possíveis surtos”, pondera Meleiro.
Para oferecer um produto alinhado às necessidades do segurado, uma corretora de seguros especializada é fundamental, avalia o executivo. De acordo com Meleiro, essas empresas têm o conhecimento necessário para orientar o produtor na escolha da apólice.
“A corretora pode auxiliar na identificação das coberturas essenciais, na compreensão das cláusulas contratuais e na intermediação com as seguradoras em caso de sinistro, garantindo uma proteção mais eficaz para o produtor”, salienta o porta-voz da JDT.
O ressurgimento de casos associados à gripe aviária ou o avanço de epidemias de outra natureza tornam o seguro peça-chave para a continuidade da produção nacional. Desse modo, a adoção de práticas de biosseguridade, aliada à contratação de seguros adequados, pode ser a diferença entre a continuidade e a interrupção das atividades. Segundo Meleiro, investir em prevenção e proteção financeira é essencial para a sustentabilidade do setor avícola brasileiro.
“Apesar da relevância do setor, especialmente nas exportações brasileiras, o executivo ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo mercado de seguros e pelo Ministério da Agricultura em relação à proteção da avicultura”, conclui o executivo.