Com equipamentos domésticos, colaboradores estão expostos a ataque hacker, e seguro cibernético torna-se ferramenta importante nessa ocasião
A preocupação das empresas na proteção dos dados tem aumentando perante ao risco eminente de se tornarem vítimas de crimes virtuais. O motivo surgiu devido à disseminação da covid-19 no país que resultou na necessidade do isolamento social. Em suas residências, os colaboradores acessam a interface das companhias por meio de dispositivos vulneráveis a ações dos hackers, causando prejuízo financeiro e moral às organizações.
O reflexo disso foi a intensificação da procura pelo seguro cibernético durante esta pandemia. A proteção tem como premissa garantir a cobertura para despesas decorrentes de violação de privacidade e de confidencialidade. “O home office foi uma atividade essencial por conta do atual momento. Desse modo, o seguro cyber é fundamental para as corporações que contam com seus colaboradores trabalhando de casa”, explica Fernando Vieira, Gestor da Vieira Corretora de Seguros.
Assim como ocorre em outros eventos importantes para a história mundial, os criminosos aproveitam os temas atuais para ludibriar os usuários. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre as mensagens de e-mail suspeitas, que tentam tirar proveito da emergência da covid-19. Segundo pesquisa exclusiva da Fortinet, empresa norte-americana que desenvolve e comercializa software, produtos e serviços de cibersegurança, o Brasil sofreu 2,6 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos de janeiro a junho deste ano. De acordo com a companhia, as ações se intensificaram no último trimestre com a chamada “Força Bruta”, que são as tentativas sistemáticas de adivinhar uma credencial enviando diferentes nomes de usuário e senhas para acessar um sistema.

Vieira observa que o controle da segurança das operações à distância é ainda mais importante. “Todo o controle de gestão de software se tornou essencial, porque aumentou os riscos de ataques em grande escala”. A Viera Corretora de Seguros dispõe de um atendimento especializado nesse nicho.
“Estamos ao dispor dos nossos segurados e até mesmo das empresas que possuem interesse em obter mais detalhes sobre a modalidade de seguro”, destaca o executivo.
Dados recentes da CNseg mostraram que o seguro Compreensivo Riscos Cibernéticos registrou aumento de 148,7% em sua arrecadação na comparação de junho deste ano e o mesmo período de 2019. Desse modo, o resultado de 2020 para o produto é mais que o dobro daquele observado no primeiro semestre do ano passado.
Despreparo é fatal
A AIG Seguros, pioneira nesse nicho de proteção no Brasil, observou aumento exponencial na procura por esse seguro na companhia. A ENS abordou, numa recente live conduzida pela diretora de Ensino Técnico da Escola, Maria Helena Monteiro, o tema com o head de Financial Lines pela AIG, Flávio Sá. O especialista explicou que parte das empresas não estava totalmente preparada para encarar esse novo cenário. “Muitas tiveram que se adaptar, estabelecer diretrizes. Quando estamos no escritório temos uma rede segura e profissionais de segurança da informação que oferecem todo o respaldo necessário, o que pode não acontecer no trabalho remoto”.
O fato de alguns profissionais trabalharem com computadores pessoais, ou seja, em home office, traz uma exposição maior e aumenta ainda mais os riscos de ataques virtuais. “Quando os funcionários usam o mesmo dispositivo para trabalhar e se comunicar com o mundo externo, há uma exposição dos dados corporativos”, salientou o especialista. A exposição ficou maior nos últimos anos após milhares de as organizações adotarem o modelo home office integral aos seus colaboradores. “Grande parte das empresas operam 100% remotamente. É uma realidade atual. Os riscos cibernéticos já vinham aumentando muito e, agora, essa realidade só piora”, analisou.
O aprimoramento de proteções combatentes a ataques virtuais é responsável por livrar todos os anos milhões de empresas da falência. Mesmo assim, a vulnerabilidade dos sistemas empresarias ainda preocupa. O CEO da Pentagonal Seguros, Bernard Biolchini, esclarece que “mesmo as empresas e as pessoas estando sempre alerta ninguém está livre de um ataque”.

“Ninguém está livre de um ataque”
Biolchini explica, ainda, que esse tipo de seguro passa pelo desafio da dificuldade de produção de uma tipologia previsível dos riscos existentes. “Seguradoras e clientes estão sujeitos à criatividade dos perpetradores de malwares, ransomwares, spywares, dentre outras expressões que cada vez mais comumente entram no vocabulário desse universo”.
Corretor capacitado
Mesmo com sua operação em home office, a AIG busca capacitar os corretores de seguros por meio dos seus treinamentos semanais na plataforma AIG LAB. O relacionamento com os profissionais neste momento é importante, inclusive, para a distribuição do seguro cibernético no país. Desde março, foram registrados mais de 15 mil acessos de corretores parceiros. A tendência é capacitar mais profissionais do que no ano passado, quando cerca de 1.500 foram impactados com os treinamentos presenciais.
“O que estamos encontrando cada vez mais é uma junção das habilidades. Pessoas buscando uma qualificação técnica também em segurança cibernética. Então, vemos o profissional de gerenciamento de risco buscando entender de gerenciamento de crise”, destacou Flávio Sá.
Esse mercado está em crescimento e oferece oportunidades aos corretores de seguros. Por isso, para ser competitivo é preciso estar capacitado e dominar o assunto, que a cada época fica mais complexo devido à inteligência e os aparatos técnicos dos criminosos.
