Presidente da Fenacor, Armando Vergilio, fez uma análise do desenvolvimento do setor em entrevista ao ‘Jornal A Tarde’
O mercado de seguros mais que duplicou seu faturamento na década, ao passar de R$ 125 bilhões, em 2011, para R$ 237,1 bilhões, em 2020. Os números foram elucidados pelo presidente da Fenacor, Armando Vergilio, em entrevista ao portal ‘Jornal A Tarde’ nesta semana. Para o representante máximo da Federação, o setor continua com grande força de crescimento e potencial para duplicar de tamanho nos próximos anos.
Outra análise que o presidente fez durante a entrevista foi sobre a cadeia de empregos gerada pelo setor. Atualmente, 180 mil pessoas estão empregadas por meio de seguradoras, entidades de previdência privada aberta, sociedades de capitalização, resseguradoras e empresas que prestam serviços para o mercado. Além disso há os postos de trabalho diretos e indiretos gerados pelos 100 mil corretores de seguros.
Confira um trecho da entrevista:
A Susep ao longo de 2020 mostrou várias iniciativas para desonerar o consumidor e melhorar o mercado de seguros (baixar o nível de regulação)? Como o presidente avalia essas inciativas?
Somos favoráveis a ajustes pontuais na legislação em vigor, até para que se possa acompanhar os novos desejos e demandas da sociedade e os avanços trazidos pela tecnologia. Contudo, o excesso de desregulação pode ser prejudicial e deixar o consumidor desprotegido. Na verdade, e especificamente no mercado de seguros, é indispensável haver mecanismos legais de proteção ao segurado. Isso porque a cultura do seguro não está amplamente disseminada no País. A grande maioria, ou quase a totalidade da população, desconhece o funcionamento do setor de seguros, as bases que sustentam os contratos, os limites de cada cobertura ou o que pode ou não ser excluído da proteção do seguro.
Então, é importante ter não apenas regras consistentes, mas também um órgão regulador e fiscalizador atento e efetivo, além de profissionais do mercado preparados para amparar, orientar e assessorar o consumidor. Esse, a exemplo, é o papel do corretor de seguros, categoria que foi alvo de uma ação até agora inexplicável por parte da Susep, que tentou incluir na MP 905 dispositivos que simplesmente extinguiam a profissão, atingindo 100 mil profissionais e empresas.
Essa tentativa, felizmente, foi frustrada no Congresso Nacional, com a queda da MP 905. Mas, ainda temos visto iniciativas infralegais da autarquia com o objetivo de atingir os corretores, as quais estão sendo combatidas e questionadas na Justiça e no Congresso, através de ações e de projetos de lei.
Então, o que muitas vezes é chamado de avanço ou desregulação pode representar apenas um movimento motivado por interesses menores, não necessariamente favoráveis aos consumidores.
É preciso, então, separar com muito cuidado o joio do trigo.
Mas, estamos prontos para colaborar com sugestões e debates que possam permitir a aprovação das propostas que efetivamente tenham como objetivo aumentar o número de brasileiros protegidos pelo seguro.
Veja a entrevista completa
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