Marcio Coriolano participou do Mesa Redonda do Seguro, programa promovido pelo CQCS
O microsseguro é a única maneira de atender a população que está fora do mercado segurador. Pelo menos é o que afirma o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras, Marcio Coriolano. O executivo esteve no centro do Mesa Redonda do Seguro da última quinta-feira, 24, e foi entrevistado por seis jornalistas do setor.
Embora possa atender uma camada significativa da população, essa modalidade de seguro ainda é pouco desenvolvida no país. Coriolano explica que isso deve mudar por meio de flexibilização regulatória. “O microsseguro precisa ter mais vantagens do ponto de vista regulatório para que ele se diferencie dos outros produtos. Atualmente, essa proteção transita entre os seguros tradicionais e perde sua função, que é de atender famílias de baixa renda”.
O método de distribuição também foi um ponto abordado por Coriolano. Segundo ele, deve-se ampliar os canais, como em lojas de varejo, diminuir a burocracia na contratação e oferecer atendimento prático e personalizado para auxiliar pessoas que têm pouco acesso à tecnologia.
“É preciso abrandar os encargos regulatórios para facilitar a formalização do acordo. Evidentemente com todos os cuidados possíveis”.
A Caixa Econômica Federal estuda ofertar produtos de seguros pelo Caixa Tem, a poupança digital de mais de 90 milhões de brasileiros. A princípio, o banco usaria o aplicativo somente para pagamentos recorrentes do auxílio emergencial, que foi prorrogado até o fim deste ano. Nesse interim, o governo federal encontrou a possibilidade de oferecer, além do seguro, microcrédito de até R$ 300 e cartões.
Outra forma de impulsionar o desenvolvimento dessa carteira, segundo Coriolano, é a norma da Susep que se refere à proporcionalidade. “Estimular seguradoras mais restritas, ou seja, com capital menor e de regiões distantes, possam ser essas seguradoras de microsseguro”, explica. O executivo também explorou o fato de 67% das famílias brasileiras receberem menos que dois salários mínimos. “Esse é o indicador mais claro com o teto que temos no Brasil sobre a penetração do seguro”.
PARTICIPE DO GRUPO DE WHATSAPP PARA PROFISSIONAIS DE SEGUROS