“Em toda negociação se faz necessária a presença do corretor”, afirma Geraldo Rufino

"Em toda negociação se faz necessária a presença do corretor", afirma Geraldo Rufino

Ele nunca desistiu de um negócio de sucesso. Encarou os momentos conturbados com um simpático sorriso e olhando sempre para o retrovisor. A ideia era entender onde tinha errado e recomeçar mais experiente. Isso aconteceu seis vezes. Dos seus erros como empreendedor, Geraldo Rufino conseguiu extrair valiosas lições. Esses aprendizados foram responsáveis pela criação da JR Diesel, hoje a maior empresa de reciclagem de caminhões do Brasil.

Em entrevista exclusiva à Seguro Nova Digital, o empresário reconhece que quebrou seis vezes por erro próprio, mas também lembra que nunca deixou seus valores, sua credibilidade e a sua ética quebrarem.

Seguro Nova Digital – De acordo com os dados do IBGE de 2021, 48% das empresas brasileiras fecham em até três anos. O Sr. já quebrou seis vezes, mas hoje é dono da maior empresa de reciclagem de caminhões do Brasil. O que diria para um empreendedor que acabou de fechar sua empresa?

Geraldo Rufino – É necessário anticorpos para tudo na vida. Se você nunca fechou uma empresa, o risco de quebrar a primeira vez é maior. Eu, por exemplo, quebrei seis vezes, mas nunca deixei que meus valores, minha credibilidade e a minha ética se quebrassem. Além disso, sempre assumi a responsabilidade dos problemas que ocasionaram o fechamento do meu negócio e busquei entender onde errei. Recomeçar com esse pensamento nos deixa mais fortes e resilientes, pois os buracos e os caminhos já são conhecidos. Logo, teremos mais facilidade de refazer o trajeto e chegar a um degrau acima. Isso serve para qualquer um.

S.N.D – Por que desistir depois de ir à falência não deve ser uma opção?

G.R – Quando o empreendedor quebra é justamente o momento que ele tem a estrutura e a informação para recomeçar. É hora não só de voltar aos trabalhos, mas também de usar o retrovisor e enxergar seus próprios exemplos para corrigir os erros.

É possível quebrar, recomeçar e chegar ao ponto de estar com a sensação de segurança de que não há mais como retroceder. Isso só é possível pela vivência. Se na sua empresa só falta dinheiro, isso é ótimo. O importante é não perder os valores, pois com eles você está um passo à frente. 

S.N.D – Em suas palestras e entrevistas é muito comum ouvir dizer sobre energia, fé e pensamento positivo. No seu ponto de vista, esses itens são tão importantes quanto determinação, resiliência e esforço?

G.R – Essas coisas caminham juntas: fé, gratidão e energia. Todos esses sentimentos têm a ver com resiliência, determinação e iniciativa. Somos seres emocionais e, por isso, uma coisa está ligada a outra. Costumo usar um modelo simples chamado ‘carinho e disciplina’. Com carinho você busca todas as suas emoções positivas e a força do querer impõe disciplina na sua vida. Esses sentimentos se completam. O ser humano precisa de todos eles, até mesmo a sensação de medo, que deve ser só uma válvula de proteção para seguir com segurança.

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S.N.D –  Muitos profissionais assalariados desejam abrir um negócio, mas têm medo de deixar seu emprego. Uma das principais desculpas é a dificuldade de encontrar um trabalho no Brasil. Hoje são mais de 14 milhões de desempregados. Tendo em vista esse cenário, o Sr. acredita que existe momento certo e errado de empreender?

G.R – Não. O momento é o tempo todo. No Brasil, as pessoas acham que o empreendedorismo é uma alternativa para quem está desempregado. Empreender começa na atitude, na iniciativa e quando você assume as responsabilidades, mesmo trabalhando numa empresa que não é sua. O trabalhador pode transformar sua oportunidade de emprego em iniciativa empreendedora, com comportamento e atitude de dono.

S.N.D – De que maneira isso pode ser feito?

G.R – Ser a primeira pessoa a chegar e não se preocupar em ir embora são bons exemplos. Isso é atitude de um profissional que tem propósito e deseja usar aquela oportunidade para crescer. Esse espírito, mesmo em um lugar no qual não te pertence, te capacita a empreender. Desse modo, se um dia a pessoa sentir o desejo de abrir seu negócio, ela estará tão habilitada quanto qualquer outro empreendedor que já tem 20 anos de empresa.

S.N.D – Como o Sr. analisa a cultura de empreendedorismo do brasileiro? Em muitos casos, o profissional cria sua empresa por necessidade, quando fica desempregado, por exemplo. Enquanto isso, países desenvolvidos como EUA e Canadá apresentam alto índice de cultura empreendedora.

G.R – Empreendedorismo é comportamento. Muitas pessoas abrem um negócio por necessidade, quando há uma emergência. Isso ocorre, principalmente, quando estão desempregadas. As empresas que são criadas a partir disso, costumam não ter planejamento. Quando as pessoas mudarem essa mentalidade, vão estar preparadas emocionalmente para empreender.  O melhor tempo para começar é exatamente quando você não tem um CNPJ e, portanto, não tem passivo. É a partir disso que você começa a construir o seu ativo mental. 

S.N.D – O Sr. já participou de algumas palestras dentro do mercado de seguros e serve de exemplo para muito corretor que está abrindo seu negócio. Como espectador, de que forma enxerga a importância desse mercado para as famílias brasileiras?

G.R – Hoje em dia, em toda a negociação, se faz necessária a presença de um intermediário. O corretor é extremamente importante em qualquer processo. Ele cria um clima capaz de deixar os dois lados confortáveis. Qualquer negócio será bem sucedido se houver a presença de um especialista para te orientar.  A vida toda eu recorri aos corretores. Eles dão todas as dicas possíveis para cuidar de mim, da minha família e da minha empresa.

Leia, por fim, a 21ª edição da revista:




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