Por: Julio Morato*
Artigo publicado, originalmente, na 45ª edição da revista digital.
Quando me foi pedido para escrever um artigo para a revista, fiquei pensando sobre o que poderia abordar. Decidi fugir do convencional e compartilhar algumas histórias pessoais que vivi ao longo da minha trajetória nessa indústria.
Voltando ao início dos anos 90, o mercado de seguros era bem diferente do que conhecemos hoje. Naquela época, as seguradoras estrangeiras só podiam ter participação minoritária nas empresas nacionais, a subscrição de riscos era feita com tarifas definidas pelo único ressegurador nacional da época, o IRB, e o processo de contratação de seguros também seguia regras e formatos diferentes.
Vou compartilhar um episódio que ilustra bem essa realidade. Em uma data que não posso esquecer, fechei um seguro que cobria incêndio, danos elétricos, lucros cessantes e roubo para uma pequena fábrica de bolachas. Naquela época, o seguro empresarial compreensivo ainda não existia e, além de contratar o seguro, eu realizava pessoalmente a inspeção de risco.
NOTÍCIAS DE SEGUROS NO SEU WHATSAPP
Fui até a fábrica para fazer a inspeção. Após verificar a parte fabril, me dirigi a um depósito onde eram armazenadas as caixas de papelão usadas para embalagem. No depósito, encontrei caixas corroídas e sujeira deixada por roedores. Ao examinar mais de perto, percebi que os ratos haviam roído fios elétricos, aumentando o risco de danos elétricos e incêndio. Imediatamente comuniquei o proprietário da fábrica sobre os riscos potenciais. Ele, alarmado com a descoberta, quis garantir que o seguro fosse contratado o mais rápido possível.
Esse episódio não só ilustra os desafios e nuances do setor segurador na época, mas também ressalta a importância de uma inspeção detalhada e da atenção aos detalhes. Cada história é uma lição e um lembrete de como a vigilância constante é crucial para a proteção adequada.