Open Insurance: para especialista, Susep vai auxiliar a adaptação dos corretores

Open Insurance: para especialista, Susep vai auxiliar a adaptação dos corretores

Em entrevista exclusiva, Márcio da Mata, Diretor Executivo do Grupo FCamara, detalha as principais mudanças que o novo modelo traz neste primeiro momento

Inicia nesta quarta-feira, 15, a primeira fase do Open Insurance. Esse movimento promete mudar o ecossistema de seguros no Brasil acerca das informações dos consumidores. Nesse contexto, seguradoras e corretoras devem entender as particularidades deste momento e se adaptar às mudanças gradativamente promovidas.

Dessa maneira, a SND entrevistou Márcio da Mata, Diretor Executivo do Grupo FCamara. O executivo como estão os preparativos para o novo sistema e quais são os benefícios para os consumidores. Enquanto isso, sobre os corretores, o especialista acredita que o novo superintendente da Susep, Alexandre Camillo, vai auxiliá-los neste momento.

Seguro Nova Digital – Assim como o Open Banking, o Open Insurance passará por fases até sua implementação integral. A primeira delas é hoje (15 de novembro). O que muda neste momento?

Márcio da Mata – Dia 15 de novembro de 2021 é o marco inicial do open data do OPIN. Inicia-se neste momento o start do processo de compartilhamento de informações das sociedades participantes, onde estas passam a disponibilizar informações sobre seus canais de comunicação e sobre alguns produtos e coberturas que elas comercializam.

S.N.D – Consequentemente, o que esperar das próximas fases?

M.M – Nas próximas fases, além de concluir a disponibilização de informações sobre os produtos comercializados, passaremos a poder consultar dados de movimentação de emissão, endosso e sinistro, devidamente autorizadas pelos segurados, concluindo com  a disponibilidade de operações  de contratação de novos seguros.

S.N.D – A matéria prima do mercado segurador são as informações dos clientes. Você acredita que o Open Insurance pode impulsionar a cultura do seguro no país? Por quê?

M.M – A abertura de informações sobre perfis de cliente deve permitir a oferta de produtos e coberturas com maior precisão e maior competitividade entre as seguradoras. Isso resulta numa oferta mais atraente para o cliente.

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S.N.D – Devido a uma série de fatores, a nova geração de consumidores está mais exigente. Sendo assim, de que maneira o Open Insurance pode beneficiá-los?

M.M – Com a divulgação de informações sobre a experiência, fidelidade, pontualidade e sinistralidade dos segurados, os processos de aceitação, inspeção e precificação do risco passam a ser mais assertivos. Além disso, tendem a diminuir os custos dos contratos.

S.N.D – No seu ponto de vista, como fica o papel dos corretores de seguros nesse processo?

M.M – Corretoras e corretores representam o elo oficial de comunicação entre segurados e seguradoras. Desse modo, eles continuarão sendo os orientadores e angariadores de clientes para as seguradoras. Porém, dada a qualidade da informação disponibilizada, eles poderão obter cotações mais atraentes para seus clientes. A chegada do novo superintendente da Susep, Alexandre Camillo, deve injetar novas perspectivas na participação dos corretores no ecossistema do OPIN.

S.N.D – Além das seguradoras, esses profissionais também podem se beneficiar desse novo modelo?

S.N.D – A disponibilização de ricas informações sobre as apólices, perfis e sinistralidade dos segurados devem influenciar na estratégia de abordagem aos clientes e a orientação quanto a oferta de coberturas e garantias de diversas seguradoras. Por isso, quem sair na frente deve se beneficiar perante este novo cenário. Uma das possíveis estratégias pode ser a elaboração de carteiras saudáveis, com perfis de baixa sinistralidade, que permitam as seguradoras oferecer preços mais atrativos.

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