Em entrevista exclusiva, especialista Joselito Cardoso detalha como o gerenciamento desse ecossistema reduz o tempo para cirurgias de Órteses, Próteses e Materiais Especiais
O princípio de boa-fé é o tendão de aquiles que sustenta a relação entre seguradoras e segurados. Porém, a violação dessa premissa ainda é comum em alguns países, inclusive no Brasil. Na saúde privada, as fraudes e os desperdícios, apesar da fiscalização cada vez maior, são fatores relevantes sobre o tempo de espera de cirurgias e também na variação do preço dos planos.
Um dos casos que mais se popularizou diz respeito a procedimentos cirúrgicos de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), cuja a burocracia de conseguir materiais, o alto valor dos produtos e os indícios de vantagens ilícitas corroem a cadeia e aumenta a espera de cirurgias verdadeiramente necessárias.
O especialista Joselito Cardoso, que é Diretor Comercial e de Novos Negócios da Inpart Saúde, afirma que uma gestão inteligente dessa cadeia gera eficiência e acelera os procedimentos cirúrgicos. Ele explica também que a Inpart é a primeira empresa no Brasil especializada em OPME. Na pandemia, a companhia cresceu exponencialmente, pois os hospitais, impactados pela crise, sentiram a necessidade de diminuir substancialmente os custos desses materiais.
Seguro Nova Digital – A compra de materiais OPMEs exige uma série de procedimentos burocráticos, o que pode causar o atraso de cirurgias. É possível dizer que a gestão eficiente desses materiais diminui o tempo de espera do paciente?
Joselito Cardoso – Sim, é possível afirmar que uma gestão eficiente reduz o tempo de espera para o procedimento cirúrgico.
Uma gestão com o uso de tecnologias nos processos de OPMEs geram mais eficiência e diminui o tempo de espera do paciente. Com os avanços tecnológicos na área da saúde é possível notar uma melhora no acompanhamento e na segurança de um processo inteligente de OPME. Antes, tudo era executado por telefone, e-mails ou planilhas. Todas essas as opções estão sujeitas a falhas humanas e atrasos no processo. Logo, a gestão tecnológica, acompanhada por um sistema especializado nesse nicho (OPME), facilita a padronização de nomenclatura, apresenta informações de preços mais confiáveis e sujeitos a comparações mais eficazes, auxiliando na organização e controle da autorização de OPME.
Nesta era de modernidade, na qual as coisas acontecem de uma maneira mais dinâmica e imediata, os processos cirúrgicos tendem a ganhar mais agilidade com a utilização de ferramentas tecnológicas que venham a proporcionar mais segurança, credibilidade e melhor recuperação na vida dos pacientes.
SND – Os custos na saúde suplementar são cada vez mais debatidos. Há especialistas no setor que chegam a dizer que “a conta não fecha”. As cirurgias OPMEs demandam custos elevados no segmento. De que maneira a gestão dessa cadeia pode impactar na diminuição desses gastos?
JC – A rastreabilidade do produto seguindo as especificações técnicas validam a conta de acordo com o procedimento, o que faz com que o setor envolvido possua maior clareza sobre o item, o procedimento e a necessidade real. Exemplo: um médico solicita material para uma cirurgia de trauma, porém ele só conseguirá saber qual material exato utilizará quando está em abordagem do paciente. Se este fizer a documentação pós com a identificação correta do procedimento/material utilizado esta conta fecha corretamente.
A aquisição dos materiais de OPME corresponde a uma grande parcela dos gastos das operadoras no Brasil. Dados do Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS) calculam que mais de 30% dos custos de uma operadora estejam relacionados à aquisição desses materiais.
Além disso, os valores de Dispositivos Médicos Implantáveis (DMI’s) podem sofrer uma grande variação conforme a região e a forma pela qual são adquiridos. Por isso, priorizar uma boa pesquisa, análise técnica do material, do fornecedor e dos custos, além de observar as boas práticas de controle e autorização de OPME, faz toda diferença na hora das “contas fecharem”.
Um processo de gestão baseado em tecnologia será eficiente nessa cadeia impactando na diminuição desses gastos. Isso ocorre, pois, a partir do momento em que se tem uma ferramenta de auxilio nesse processo é possível observar melhor as opções disponíveis, os custos dos materiais e as questões logísticas. Consequentemente, isso gera uma melhor gestão no processo de OPME, o que agiliza e beneficia o atendimento ao paciente.
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SND – A demanda de cirurgias eletivas caiu exponencialmente durante a pandemia. De alguma forma esse prognóstico impactou nos custos dos materiais?
JC – Se tratarmos especificamente das OPMEs teremos indicações para duas respostas: sim e não. Houve um aumento nos custos na pandemia, mas não só por causa dela. A alta na moeda norte-americana, sendo que a maioria dos materiais OPMEs são importados, foi um fator que também agravou a situação.
Além disso, houve uma alteração importante: a política fiscal do estado de São Paulo, a qual retirou o benefício fiscal para alguns produtos médicos, inclusive OPMEs. Porém, após efervescentes manifestações de fabricantes, fornecedores, distribuidores, hospitais, instituições de classes de saúde e associações, houve um retrocesso na alteração da política fiscal. Não teve aumento, pois considerando estas informações, foram aumentos por questões políticas financeiras, e não por haver demanda represada de cirurgias com o uso de OPMEs.
Se tratamos do assunto aumento para outras categorias como medicamentos e materiais médicos, estes de fato tiveram aumentos absurdos, como mostra uma matéria publicada no site Medicina SA.
SND – Em algumas entrevistas com representantes da Inpart, a transparência no trato com seus clientes é um dos pilares da empresa. Como isso é feito na plataforma da companhia e por que vocês consideram esse tema importante?
JC – A Inpart Saúde investe de forma robusta na segurança de informação: LGPD. Além disso, tem uma aplicação forte e profunda de regras de Compliance. Toda tecnologia aplicada na plataforma permite uma comunicação 100% segura envolvendo toda a cadeia de valor: fabricantes, fornecedores, distribuidores, hospitais, operadoras e planos de saúde.
Um dos principais pilares da Inpart Saúde quanto a sua tecnologia é a transparência em todo o processo de aquisição de OPME’s.
Nossos valores são inegociáveis (Transparência e Segurança) são pilares da empresa.
SND – A Inpart dobrou de tamanho durante a pandemia, com uma média mensal de 800 mil cotações. Desse modo, poderia revelar como estão os números da companhia neste ano?
JC – A entrada de novos clientes tem proporcionado um aumento exponencial em nossas operações. Isso deve-se a cada vez uma maior inserção no setor da saúde e da tecnologia. O aumento das cotações dentro da plataforma traduz uma busca maior por tecnologias que venham a agregar valor, a trazer confiança, a rastreabilidade e a transparência em todo o processo de OPME’s aos clientes que utilizam a solução eletrônica.
Inclusive, a Inpart Saúde está em processo de internacionalização. Almejamos exportar nossa tecnologia para outros países de forma que haja a disseminação de nosso know-how para além de nossas fronteiras. O objetivo é de tornar os processos dentro do campo da saúde cada vez mais integrados e transparentes. Consequentemente, isso acaba numa melhora significativa na vida dos pacientes que um dia venham a precisar do material de OMPE.
SND – Sinta-se à vontade para fazer suas considerações finais.
JC – O foco dentro do setor da saúde deve ser sempre o paciente. Logo, a busca pelo melhor material nas melhores condições podem representar o fracasso ou o sucesso em uma cirurgia. Sendo assim, a vida e o bem-estar dos pacientes pós cirurgias estão nas mãos de cada pessoa que faz parte do processo até efetivamente se chegar à sala cirúrgica. É responsabilidade de todos zelar por boas práticas, transparência e ética no gerenciamento de OPME’s.
Outro ponto é que a saúde é um setor fundamental na sociedade.
Analisando os valores com OPME’s dentro de uma instituição de saúde este são elevados. Os materiais são considerados de alto custo. Se pensarmos de forma macro no sistema, conseguimos validar que uma boa gestão de OPME’s dentro das instituições de saúde repercutiria numa economia significativa das despesas. Desse modo, poderia ocasionar uma diminuição nos valores dos planos de saúde e trazer mais acessibilidade à população a um padrão de saúde mais justo e digno para todos.
Inpart Saúde, com você de ponta a ponta!
Leia, por fim, a 28ª edição da revista: